Entender Conversando
Versão para cópiaA vida e a morte
Por solicitação do amigo, Sr. Murilo Jardim, Diretor do jornal “Lavoura e Comércio” de Uberaba, realizamos para o Programa Olavo Marcos, do Jornal da Globo, em São Paulo, interessante entrevista com Chico Xavier, abordando temas de grande atualidade.
Sem maiores comentários de nossa parte, ouçamos a palavra dos Espíritos Superiores pelos lábios do nosso Chico.
— Estamos à frente de uma indagação que deve ser endereçada aos sábios do mundo e não a um imperfeito e pequeno servidor da fé religiosa, qual me acontece.
Ainda assim, posso dizer que me vejo, simbolicamente, na condição de uma lagarta que conseguisse viver, durante longo tempo, e que, por isso enxergou muitas lagartas-companheiras se cadaverizarem na forma de casulos aparentemente secos e imóveis, a se transformarem, logo após, em borboletas que vencem alturas, surpreendendo-se, com o belo fenômeno sem possibilidades de explicá-lo.
— Permitimo-nos uma contra-pergunta: não será a violência o resultado de nosso pretendido afastamento da fé religiosa, segundo o materialismo da inteligência deteriorada, que tenta convencer-nos de que não passamos de animais sadios ou doentes da civilização?
— A primeira pergunta a nosso ver, é assunto pertinente às autoridades da imprensa, às quais precisaria caber o encargo de fiscalizar a sanidade e o proveito dos artigos que a própria imprensa escrita ou radio-televisada fornece ao mercado das ideias para o consumo dos leitores.
Quanto à segunda indagação, cremos que a educação sexual é assunto a ser conduzido seriamente, no futuro, porque, no presente, em nosso âmbito pessoal, ignoramos onde estarão os professores para semelhante disciplina.
— Acreditamos que tanto é um delito assassinar uma criança na via pública, quanto exterminá-la, em falso regime de impunidade, no ventre materno.
— Líderes respeitáveis, quais sejam os papas e presidentes de nações são responsáveis diretos pela segurança de milhões de pessoas. Admitimos que a Justiça possui recursos para reprimir os abusos cometidos na pessoas de semelhantes autoridades representativas.
Quanto às normas de acatamentos à personalidade humana, cremos com os Benfeitores Espirituais que opinam no assunto, que um código de respeitabilidade instituído pela imprensa escrita e radio-televisada, sob a regência de um conselho digno da própria imprensa, independentemente da Censura Oficial, patrocinadora das liberdades públicas, poderia efetuar a triagem dos temas e das imagens fornecidas ao público. Esse código de dignificação da cultura poderá prestar grande auxílio ao homem, na condução do respeito a si mesmo e à sua própria vida.
— Não acreditamos que criaturas humanas e comunidades humanas consigam ser felizes sem a ideia de Deus e sem respeito aos semelhantes.
— Esta é uma questão para administradores e legisladores, sociólogos e economistas, aos quais compete a orientação da vida pública.
— A indicação para o Nobel da Paz nasceu da bondade de amigos generosos, sem que, por mim mesmo, me reconheça detendo méritos para qualquer honraria. Sem qualquer experiência de ordem política e respeitando na política uma das mais altas ciências do mundo, por envolver interesses comunitários, não posso imaginar o que me seria possível fazer se me fosse imposto determinado encargo representativo. Creio, no entanto, que a distribuição do trabalho, sem obstáculos de idade ou condição física, para o acesso às atividades profissionais e a obrigatoriedade da escola gratuita, pelo menos, em se tratando das bases de ensino primário às comunidades infanto-juvenis, poderiam colaborar decisivamente na erradicação da pobreza e do analfabetismo no campo de nossa vida coletiva.
— Não vemos luta competitiva entre a Doutrina Espírita e as religiões tradicionais que zelam pela memória e pelos ensinos de Jesus. Ante o Evangelho do Divino Mestre, a Doutrina Espírita é portadora de princípios que aclaram com segurança as lições do Cristo, sem qualquer pretensão de superioridade sobre as organizações cristãs, sempre dignas do maior respeito.
— Acreditamos que o Criador nos fez ricos a todos, sem exceção, porque a riqueza autêntica a nosso ver, procede do trabalho e todos nós, de uma forma ou de outra, podemos trabalhar e servir.
Quanto a felicidade, cremos que ela nasce na paz da consciência tranquila pelo dever cumprido e cresce, no íntimo de cada pessoa, à medida que a pessoa procura fazer a felicidade dos outros, sem pedir felicidade para si própria.
— Estamos certos de que nós, os cristãos de qualquer procedência, não podemos esquecer a promessa do Cristo: — “Estarei convosco, até o fim dos séculos”. (Mt
A violência, o desamor e a inquietude são estágios humanos, suscitados pelas criaturas humanas, mas a vitória da paz e do amor, entre os homens, pertence a Jesus, o Cristo de Deus.
Uberaba, 15 de julho de 1981.
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