Estude e Viva

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Capítulo LXIII

Em torno da regra áurea


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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —
O LIVRO DOS ESPÍRITOS —

Quanto mais se adianta o progresso, mais intensamente se percebe que a vida é um condomínio.

Partilhamos, em regime de obrigatoriedade, o ar ambiente e a luz solar que nunca estiveram sob nosso controle. E, em nos referindo aos bens que retemos na Terra, quando na condição de Espíritos encarnados, à medida que solucionamos as grandes questões de interesse coletivo, quais as da justiça, da economia, do trabalho, da provisão ou da moradia, mais impelidos nos reconhecemos a observar o direito dos outros.

Seja num edifício de apartamentos ou numa fila de compras, as nossas conveniências estão sujeitas à tranquilidade dos vizinhos.

Numa oficina, quanto mais importante se mostre, a produção apenas surge no rendimento preciso se mantida na forma da música orquestral, atribuindo-se a cada instrumento a responsabilidade que lhe compete.

Civilização e cultura baseiam-se no espírito de equipe, com a interdependência de permeio.

Princípios idênticos prevalecem no reino da alma, convocando-nos o livre-arbítrio ao levantamento da segurança e da felicidade de todos aqueles que nos comungam a experiência.

Sem nenhuma pretensão de natureza política, a Doutrina Espírita funciona, atualmente, no campo religioso da Humanidade, por mecanismo providencial de alertamento, induzindo-nos ao concurso natural e espontâneo na edificação do bem comum. Por séculos e séculos, conservamos no mundo ignorância e carência, guerra e criminalidade, em nome da Vontade de Deus; entretanto, o Espiritismo, restaurando a mensagem do Cristianismo, que veio estabelecer a fraternidade entre os homens, pergunta a cada um de nós se estaríamos realmente certos de viver sob a Vontade de Deus, se formássemos entre as vítimas da penúria e das trevas de espírito.

Vivemos agora gigantesco empreendimento de renovação.

Usemos todas as nossas possibilidades, sejam elas recursos ou aptidões, na construção dos tempos novos.

Solidariedade e cooperação, entendimento e concórdia, amor a deslocar-se da teoria para erguer-se na vida prática.

A regra áurea, (Lc 6:31) para complementar-se devidamente, não se restringe à estrutura negativa, “não faças a outrem aquilo que não desejas”, e sim exige plena observância da forma positiva em que se expressa: “é preciso fazer aos outros tudo aquilo que desejamos nos seja feito”.



(Psicografia de Francisco C. Xavier)


TEMAS ESTUDADOS NESTE E NO PRÓXIMO CAPÍTULO

Alertamento espírita — Condomínio natural — Esnobismo e Espiritismo — Espírito de equipe — Exterioridades sociais — Regra áurea e ação no bem



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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