Sermão da Montanha: 154

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CAPÍTULO 17

"VÓS SOIS O SAL DA TERRA. . . "


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O sal, como é sabido, tem diversas aplicações na vida humana. Serve para preservar da corrupção as substâncias alimentícias; serve, também, para dar sabor aos alimentos; com um pouco de sal, a comida se torna saborosa, com muito sal se torna intragável. Há pessoas que, por excesso de espiritualidade, tornam a vida espiritual antipática e impossivel; se a sua atuação fosse mais comedida, tornariam a vida agradável e saborosa. "Mas, se o sal se desvirtuar? – prossegue o divino Mestre – com que se há de restituir-lhe a virtude? Não serve mais para nada; é lançado fora e pisado aos pés pela gente. " Aqui temos um paralelo entre o símbolo do sal material e o simbolizado do sal espiritual. Afirma o Mestre que seus discípulos devem ser no mundo espiritual o que o sal é no mundo material: fatores de preservação moral e de sabor espiritual.

Mas, como ninguém dá o que não tem, e ninguém tem realmente senão aquilo que ele é, segue-se que o discípulo do Cristo deve ser, firme e abundantemente, aquilo que quer dar aos outros. A importância do ser, é decisiva para o fazer e o dizer.

Verdade é que os insipientes entendem que o efeito dos seus trabalhos dependa daquilo que eles fazem e dizem – dos recursos materiais que põem numa obra, do prestígio político e social que os bafeja, da facúndia com que sabem falar, da erudição ou dos diplomas que possam ostentar, etc.

É absolutamente impossivel fazer prosperar, em caráter real e definitivo, algum empreendimento espiritual que esteja baseado em qualquer espécie de egoísmo ou desonestidade, mesmo que esse egoísmo navegue sob a bandeira do altruísmo. Existe uma Constituição Cósmica que tudo rege e governa, quer o homem saiba quer ignore esse fato. E essa Constituição é uma força onipresente, onipotente e onisciente; diante dela nada é secreto nem oculto.

Por mais jeitosamente que o homem oculte o seu secreto egoísmo, a sua autocomplacência e vanglória, os seus interesses e suas ambições – é inútil!

Aos olhos da lei eterna tudo é manifesto, e ela não coopera com nenhuma espécie de egoísmo. A sapiência divina do Universo favorece tudo que sintoniza com ela, e desfavorece tudo que está em conflito com ela.

Se o íntimo "ser" do homem não é puro, sincero, divino, crístico, nenhum recurso externo pode garantir a permanente prosperidade das suas obras. É claro que pode haver vitórias iniciais, triunfos aparentes, prosperidade de fogo de palha, como o dinheiro e a política podem garantir; mas é matematicamente certo que não haverá durabilidade e solidez nesse empreendimento; se assim não fosse, as próprias leis eternas pactuariam com a fraude, as mentiras e deslealdades – e o cosmos cometeria suicídio, acabando em caos.

Pode o homem enganar a todos e a seu próprio ego – jamais poderá enganar a onisciência das leis cósmicas, que são o próprio espírito de Deus.

Por isto, é suprema sapiência sintonizar o seu querer individual com o querer universal – e é insipiência fazer o contrário.

Ser bom é, em última análise, o único modo certo para fazer bem.

Ser sal incorrupto é o único meio para preservar os outros da corrupção.

Saborear intimamente as coisas espirituais é o caminho único para tornar saborosa a espiritualidade, para si e para os outros. . . "Vós sois o sal da terra. . . Mas, se o sal se desvirtuar. . . "




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