Triunfo da Vida Sobre a Morte, O
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SEPULTAMENTO DE JESUS
Pelas três horas exalou Jesus o último alento.
Com o pôr do sol, pelas seis horas, acabava a sexta-feira, e, segundo o costume hebraico, começava o sábado. E durante o sábado não era permitido que um sentenciado ficasse suspenso no patíbulo. Foram, pois, os soldados romanos quebrar com violentas marteladas as pernas e o tórax dos dois criminosos ainda vivos. Mas, quando chegaram a Jesus, verificaram que já estava morto. Por isto não lhe quebraram osso algum.
José de Arimateia, nobre senador, e rabi Nicodemos, discípulo de Jesus desde aquele colóquio noturno sobre o nascimento pelo espírito, foram ter com o governador e lhe pediram permissão para retirar da cruz o corpo de Jesus.
Pilatos estranhou que o Nazareno já tivesse morrido, porque os ferimentos que sofrera não eram de molde a causar a morte. Chamou um oficial e mandou que verificasse se Jesus estava morto. O oficial empunhou uma lança e com ela perfurou o tórax do crucificado, da direita para a esquerda. E logo fluíram da ferida sangue e água. [1]
Depois de certificar-se da morte de Jesus, permitiu Pilatos a José de Arimateia e Nicodemos que retirassem o corpo dele.
O senador tinha, na ladeira do Calvário, um túmulo próprio, talhado em rocha viva, destinado a seu futuro sepultamento; era uma câmara espaçosa que se fechava com uma laje pesada. Deu para o sepultamento de Jesus esse túmulo.
Nicodemos comprou quase 5 quilos de especiarias para embalsamar o corpo do Mestre. Não havia tempo para um embalsamento perfeito, porque, com o pôr do sol, começava o sábado, em que não era permitido trabalho algum. De resto, os hebreus não usavam o embalsamento perfeito dos egípcios. A mãe de Jesus, o discípulo João, Maria Madalena e outros discípulos assistiram ao ato de sepultamento. O corpo de Jesus estava envolto numa mortalha de linho branco, e sobre o rosto dele havia uma toalha menor, chamada sudário.
Por fim, colocaram a pesada laje sobre o túmulo.
Os chefes da Sinagoga, porém, foram ter com o governador e lhe pediram postasse uma sentinela de soldados ao pé do túmulo, até ao terceiro dia, porque se lembravam de que o Nazareno prometera ressuscitar. Pilatos permitiu que os sacerdotes postassem ao pé do túmulo a sentinela romana que costumava guardar o Templo. Ainda por cúmulo de precaução, os chefes da Sinagoga mandaram lacrar a laje do túmulo e assinalar com o sinete do Sumo Sacerdote, para evitar qualquer violação do túmulo e roubo do corpo.