Triunfo da Vida Sobre a Morte, O

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CAPÍTULO 38
Ilustração tribal

"FOI-ME DADO TODO O PODER NOS CÉUS E NA TERRA"


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"Reinará eternamente, e o seu reino não terá fim" (anjo Gabriel). "Ele é a primícia de toda a creação, anterior a anjos e arcanjos. Nele o universo é um todo harmonioso. . . Nele reside toda a plenitude da divindade. " (Paulo de Tarso). "Tudo foi feito por ele e para ele. . . Da sua plenitude todos nós recebemos, graça sobre graça. " (João, o evangelista).

Tudo isso foi dito desse homem estranho, que, durante dois milênios, fora vaticinado pelos profetas antigos, e, por quase dois milênios, está sendo discutido pelos teólogos que se dizem seus discípulos – mas o Cristo continua a ser o maior mistério da história, o grande incógnito da humanidade, Arius, bispo de Alexandria, foi excomungado por negar tanto a divindade como a humanidade de Jesus – condenado pelos teólogos que, embora afirmem esta e aquela, ignoram tão bem como Arius a verdadeira natureza do Nazareno.

Afirma Jesus, no momento da sua despedida deste mundo, que lhe foi dado todo poder no céu e na terra, isto é, no universo visível e invisível. . .

Se lhe foi dado, não o possuía antes desse tempo; foi-lhe dado em virtude da encarnação do Lógos.

Discute-se a ociosa questão se Buda da Índia, Confúcio da China, Hermes do Egito, ou outro iluminado, era igual ao Cristo, ou maior do que ele. Nunca a humanidade concordará sobre esse ponto. O que sabemos é apenas o fato que, dentro da evidência histórica, nunca ninguém afirmou de si mesmo o que o Nazareno afirmou – que ele era o detentor de todo poder nos céus e na terra.

Também não consta que algum outro iluminado tenha predito com absoluta precisão que deporia e retomaria a sua vida quando quisesse, e tenha cumprido essa sua predição. Não conhecemos ninguém que estivesse possuído o poder estranho de dar ao seu corpo, antes e depois de sua morte, a forma visível e invisível que quisesse. Nunca ninguém afirmou que estaria com os homens todos os dias até a consumação dos séculos; que, onde quer que dois ou três estivessem reunidos em seu nome, estaria no meio deles.

Jesus atribui a si poderes ilimitados. Ele não é do Oriente nem do Ocidente – é antes uma espécie de elo entre os dois hemisférios, por sinal que nasceu e viveu na linha divisória entre o Oriente e o Ocidente. A sua doutrina, é verdade, se difundiu muito mais no mundo ocidental do que no mundo oriental, mas na forma de uma teologia dualista, que não corresponde fielmente ao caráter unitário do Evangelho. Algum dia, quando o espírito do Cristo prevalecer sobre a letra do cristianismo, talvez o Oriente o compreenda melhor do que nós ocidentais o temos compreendido.

E então surgirá a humanidade crística, sucessora do mundo cristão, e serão o Ocidente e o Oriente "um só coração e uma só alma".







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