Triunfo da Vida Sobre a Morte, O

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CAPÍTULO 39
Ilustração tribal

"IDE! PROCLAMAI O EVANGELHO, EXPULSAI OS DEMÔNIOS E CURAI TODA A ENFERMIDADE!"


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Toda vez que Jesus envia os seus discípulos para proclamarem o Evangelho do reino de Deus, acrescenta a ordem: "Expulsai os maus espíritos e curai todas as enfermidades entre o povo!" Essa ordem categórica supõe um poder. Inútil seria a ordem de expulsar os demônios e curar os doentes, se isto não fosse possivel. A ordem inclui a possibilidade.

Jesus considera a expulsão dos demônios e a cura das doenças como parte integrante do "advento do reino de Deus". Para ele, esse "advento do reino de Deus" não é algo póstumo, algum acontecimento post-mortem, mas o reino de Deus, que está "dentro do homem", é algo presente aqui mesmo, embora ainda latente aos olhos do homem. Não é um advento de fora, mas um advento de dentro.

O homem vitimado de moléstias mentais (demônios) ou corporais (doenças) não entrou plenamente no reino de Deus, porque Deus não creou essas imperfeições – tanto assim que Jesus nunca esteve doente; a sua sanidade espiritual era garantia da sua sanidade mental e corporal. A proclamação do Evangelho visa, diretamente, o conhecimento intuitivo e experimental da verdade espiritual, que é redenção da alma; mas, indiretamente, implica também na redenção da mente e do corpo, pela libertação dos "maus espíritos" que desarmonizam a mente e os "maus espíritos" ou fluidos que desarmonizam o corpo. O homem plenamente remido é o homem perfeitamente são na alma, na mente e no corpo, como o próprio Cristo.

Era esta a concepção que os primeiros discípulos de Jesus tinha do reino de Deus. Um deles, Tiago, escreve: "Se houver entre vós algum doente, chame os presbíteros (os homens espiritualmente maduros) da igreja para que orem sobre o doente, e, se estiver em pecados, ser-lhe-ão perdoados. " Mais tarde, em períodos de decadência espiritual, perderam os cristãos esse poder de curar doenças mentais e corporais e se restringiram às atividades puramente espirituais. Um chefe espiritual dos nossos dias acha que as curas físicas pela fé não fazem parte do Cristianismo, porque "Jesus não veio fundar enfermarias. " Essa ideia de que o Evangelho veio apenas salvar a alma, e não o homem, é um dos erros mais perniciosos de todos os tempos, e é responsável pela ineficiência social do Cristianismo em nossos tempos.

Quem limita a sua atividade à parte espiritual, perde a própria eficiência no setor espiritual, dando ensejo a que os incrédulos zombem da religião como sendo "ópio para o povo", prometam a terra aos homens e deixem "o céu aos anjos e aos pardais", como escreve um deles.

A proclamação do Evangelho do Cristo e sua concretização na vida significa o advento do reino de Deus em toda a sua plenitude, que abrange o homem total, alma, mente e corpo.


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Para que o homem possa compreender devidamente essa mensagem do divino Mestre, deve ele ter uma noção nítida da sua íntima natureza, e não conhecer apenas a sua externa personalidade, o seu ego físico-mentalemocional, que são apenas periferias do seu Eu central que é a alma, ou, no dizer de Paulo, o "espírito de Deus que habita no homem. " O verdadeiro Eu do homem, seu espírito divino, tem sempre perfeita saúde, considerado em seu elemento divino, eterno, universal; as doenças vêm da sua individuação humana, daquilo que o homem apenas "tem", e não daquilo que o homem "é". Todo homem pode afirmar, com absoluta verdade: "Eu sou perfeita saúde", e em virtude dessa perfeita sanidade do seu centro divino, pode ele curar todas as enfermidades das suas periferias humanas – suposto que a luz do seu divino "EU SOU" consiga penetrar devidamente os invólucros opacos das suas trevas, do seu humano "eu tenho". Quando o homem atinge o auge da sua experiência e pode dizer "Eu sou a alma perfeitamente sã", que "tem um corpo temporariamente enfermo", então a luz da sua alma dissipa todas as trevas do seu corpo, porque o divino "Ser" é sempre mais poderoso que o humano "ter". Pode o homem "ter" doença, mas não pode "ser" doença; só pode ser saúde, porque Deus é infinitamente saúde, e a alma é o reflexo direto dessa saúde divina.


Não basta, naturalmente, que esta verdade fundamental esteja apenas na cabeça como uma bela teoria; nem que seja aceita apenas como um artigo de fé, ou uma teologia – é necessário que o homem tenha a experiência vital desta realidade. Neste caso, a "oração da fé" curará o doente. "Estes sinais seguirão aos que crêem em mim: em meu nome expulsarão demônios, curarão doentes, manusearão serpentes, e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal. "

O advento do reino de Deus sobre a face da terra é a creação do homem integral, cósmico, crístico. "Venha a nós o teu reino!"







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