Triunfo da Vida Sobre a Morte, O

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CAPÍTULO 41
Ilustração tribal

# DESPEDIDA E ASCENSÃO DE JESUS


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Durante 40 dias, após a sua ressurreição, foi Jesus aparecendo a seus discípulos e a outros, ora individualmente, ora em grupos, até de 500 pessoas, no dizer de Paulo de Tarso. A sua presença era ora visível, ora invisível; o seu corpo se materializava e desmaterializava à vontade.

Nunca mais, nesse período, discutiu com seus inimigos, fariseus, saduceus, sacerdotes, escribas e outros; a sua vida se desenrolava agora numa outra dimensão, num ambiente de absoluta serenidade, paz e harmonia. Nem jamais relembrou os fatos dolorosos que haviam ocorrido na sua vida anterior; nunca repreendeu os discípulos pela sua falta de compreensão; nunca falou da traição e do suicídio de Judas, nem tão pouco da tríplice negação de Pedro, nem da fuga covarde dos outros.

Quando aparece visivelmente, saúda invariavelmente os seus discípulos com as belas palavras salem aleikum, a paz seja convosco, e toda a sua presença vem envolta numa aura de paz, amor e alegria.

No quadragésimo dia após a ressurreição, reúne ele os seus discípulos no horto das Oliveiras, onde havia começado o seu sofrimento voluntário e onde fora preso. Antes de se invisibilizar diante deles, disse-lhes: "A mim me foi dado todo o poder no céu e na terra, e como meu Pai me enviou, eu vos envio; ide pois, proclamai o Reino de Deus a todas as creaturas; expulsai os maus espíritos e curais todas as enfermidades que há entre o povo; e eis que eu estou convosco todos os dias até ao fim dos tempos. " (Ver capítulos anteriores).

Recomendou-lhes ainda que ficassem reunidos em Jerusalém, em oração permanente, e não se dispersassem enquanto não recebessem o poder do alto, o espírito da verdade, que desceria sobre eles.

Depois disto, ergueu-se lentamente aos ares e invisibilizou cada vez mais o seu corpo até se tornar completamente invisível, como que oculto por uma nuvem luminosa.

Obedientes à ordem do Mestre, os discípulos voltaram a Jerusalém e ficaram reunidos no cenáculo, onde Jesus celebrara a última ceia. Desde a quinta-feira da ascensão até o segundo domingo depois, durante 9 dias consecutivos, ficaram os discípulos reunidos em silêncio e oração, diz mestre Lucas; eram cerca de 120 pessoas, homens e mulheres, inclusive a mãe de Jesus.

No segundo domingo depois da ascensão, isto é, no décimo dia, às 9 horas da manhã, terminaram os 120 discípulos de Jesus a sua longa meditação, que podemos considerar como o primeiro "retiro espiritual" da cristandade.

Perceberam um ruído estranho, como que de um vento impetuoso, e no ar apareceram chamas de fogo que pousaram sobre cada um dos presentes.

Esses símbolos materiais eram reflexo do simbolizado espiritual que se realizara no interior de cada um deles. Ficaram todos repletos do espírito de Deus, do Cristo interno, que se manifestava também externamente. Cheios de coragem, alegria e entusiasmo, esses 120 pioneiros do Reino de Deus proclamaram a mensagem do Cristo aos habitantes de Jerusalém e a outros povos.

Tão grande era o entusiasmo deles, que ninguém mais queria saber de propriedade individual; socializaram os seus bens, distribuíram os seus haveres, ficando apenas com o usufruto necessário, mas sem propriedade pessoal.

Deste modo se revelou a consciência mística da paternidade única de Deus na vivência ética da fraternidade universal dos homens.

Foi esta a gloriosa alvorada do verdadeiro cristianismo, da autêntica mensagem do Mestre, que ocorreu provavelmente no dia 30 de maio do ano 33.

Neste mesmo cenáculo de Jerusalém, havia Jesus dado aos 12 apóstolos, na quinta-feira santa, os símbolos materiais, pão e vinho, que, naturalmente, não podiam espiritualizar os seus recipientes, como mostraram os eventos imediatos: um dos doze consumou a traição e depois se suicidou; outro negou três vezes o Mestre; e todos, à exceção de um só, fugiram covardemente, com medo da morte. Na gloriosa manhã de Pentecostes, porém, 120 pessoas, comungaram realmente o Cristo carismático em espírito e verdade e proclamaram o seu reino no mundo, por entre martírios e morte. Foi esta a primeira comunhão crística da cristandade, alvorada do verdadeiro cristianismo sobre a face da terra.







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