Triunfo da Vida Sobre a Morte, O

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CAPÍTULO 20

# JESUS PERANTE A SINAGOGA


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Ainda nesta mesma noite, reuniram-se os chefes da Sinagoga e mandaram vir Jesus à sua presença.

Fizeram um complicado interrogatório sobre os seus discípulos e sobre sua doutrina, como se isto não fosse do conhecimento público de todos. É o que Jesus lhes faz ver sensatamente, o que lhe valeu uma violenta bofetada por parte dum servo do Sumo Sacerdote.

Finalmente o próprio Caifaz se ergueu da sua cátedra e se colocou no meio da sala e, com grande solenidade, assim interpelou a Jesus: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus bendito. " A intimação do Sumo Sacerdote tinha caráter oficial, razão por que Jesus responde com a mesma clareza e solenidade: "É como dizes, eu o sou; e eu vos digo que, mais tarde, vereis o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu com grande poder e majestade. " A estas palavras, o Sumo Sacerdote agarrou com ambas as mãos a sua túnica e rasgou-a violentamente de alto a baixo, bradando: "Blasfemou! Vós mesmos o ouvistes; para que necessitamos ainda de testemunhas?" A pergunta do Sumo Sacerdote era se Jesus era o Filho de Deus; a resposta de Jesus diz Filho do Homem; mas todos compreenderam que Jesus identificava essas duas expressões, afirmando que ele era o Messias profetizado havia milênios, que em grego se chama o Christós, o Ungido de Deus. Esse Cristo, como Caifaz e outros bem compreenderam, era a perfeita identificação com o Filho de Deus. Para um israelita monoteísta era blasfêmia dizer-se alguém Filho de Deus; equivalia a uma espécie de apostasia da unidade e unicidade de Deus, blasfêmia para um monoteísta ortodoxo.

Jesus ouve que os chefes da Sinagoga compreenderam o sentido das suas palavras, e não as revoga nem modifica; ele se considera de fato o Filho de Deus, que ele identifica com o Filho do Homem, isto é, o homem no qual se encarnou e revelou o próprio Deus. Bem sabia ele que esta confissão era considerada crime de blasfêmia que, segundo a lei, era punido com a morte. "É réu de morte!" Jesus aceita calmamente a pena de morte pela confissão da verdade.

Podemos considerar esta cena noturna e esta solene declaração de Jesus como a sua Carta Magna, como ponto culminante do plano da sua vinda à terra: a declaração oficial do seu carácter de "Filho do Homem", isto é, do homem realizado como imagem e semelhança de Deus, como estava previsto no Gênesis. Por esta apoteose da natureza humana se entrega Jesus voluntariamente à morte. Bem sabia ele que um homem plenamente realizado não seria compreendido nem tolerado pela humanidade primitiva desta terra;

sabia de tudo que lhe ia acontecer, e o permitiu calmamente, em testemunho da verdade. Ele mesmo provocou tudo que lhe ia acontecer a partir daí da parte da Sinagoga de Israel e da parte do Governador Romano. Nenhum Deus ofendido e irado lhe infligiu os sofrimentos e a morte para receber o pagamento pelos pecados humanos; nem Jesus desempenhou o papel negativo de pagador inocente por uma humanidade pecadora e insolvente. Sofreu voluntariamente tudo em testemunho da verdade, já realizada em sua natureza humana individual.

Toda a grandeza do Cristo está nestas palavras de Paulo de Tarso: "Nele reside corporalmente toda a plenitude da Divindade. " E nas palavras de João: "De sua plenitude todos nós recebemos, graça e mais graça. "








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