Indulgência

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Capítulo XIV

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A visão não é exclusivamente dos olhos.

Refletir é ver com a consciência.

Imaginar é ver com o sentimento.

Calcular é ver com o raciocínio.

Recordar é ver com a memória.

Por isso mesmo, a visão é propriedade vasta e complexa do espírito que se amplia e se enriquece, constantemente, à medida que poderes e emoções se nos desenvolvem e aperfeiçoam.

Quem deseje realizar aquisições psíquicas de clarividência, com proveito, nos celeiros da vida, ilumine o próprio coração, a fim de que o entendimento em se exteriorizando, através de nossos sentidos, nos regenere o mundo interior, reajustando-nos o idealismo e equilibrando-nos os desejos, na direção do Bem Infinito.

Quem procura o “lado melhor” dos acontecimentos, a “parte mais nobre das pessoas” e a “expressão mais útil das cousas” está conquistando preciosos acréscimos da visão espiritual.

Enquanto nos confiamos às paixões perturbadoras, tateando nas trevas do egoísmo ou do ódio, varando o gelo da indiferença, atravessando o incêndio da incompreensão e do desvario ou vencendo os pântanos do desregramento e da intemperança, não poderemos senão ver superficialmente os problemas inquietantes e dolorosos que à Terra se ajustam.

Façamos luz no espírito e conseguiremos descobrir os horizontes da própria imortalidade.

Todos enxergam alguma cousa na vida comum, entretanto, raros sabem ver.

Ajustemo-nos aos princípios do Vidente Divino, que soube contemplar as necessidades humanas, com amor e perdão, do alto da Cruz, e, por certo, começaremos, desde agora, a penetrar na claridade sublime de nossa própria ressurreição.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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