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Capítulo IX

Ajuda-te


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Rogando amparo ao Senhor, não olvides a prestação de amparo a ti mesmo.

Deus confere ao lavrador a luz do sol, a bênção da chuva e o favor do vento, mas não lhe dispensa o próprio suor, no trato da sementeira, para que a colheita lhe surja às mãos por recurso divino.

Concede ao artista o mármore bruto, o buril e a inspiração generosa; entretanto, não o exonera do próprio labor na consecução da obra prima.

Pedirás o concurso do Céu em teu benefício; entretanto, de que valeria a bênção do Alto, se te consagras, deliberadamente, ao menosprezo da própria vida?

O médico mais competente nada conseguirá na assistência ao enfermo que não deseja curar-se e o professor mais exímio nada alcançará do aluno que foge sistematicamente à lição.

Não basta rogar alguém auxílio para que se veja auxiliado com segurança. É imprescindível o senso de responsabilidade de viver para que as vantagens da existência nos engrandeçam o espírito.

A oração será sempre o desejo expresso, exigindo esforço próprio, a fim de concretizar-se.

Lembremo-nos de que um edifício não se ergue do solo tão somente pela beleza e pelo merecimento da planta.

A prece que nos exterioriza o anseio de progresso e de luz é o projeto louvável de nossa melhor esperança, mas se em verdade pretendemos chegar ao progresso e à luz, que anelamos ardentemente, é preciso nos disponhamos a lutar e sofrer, trabalhar e servir na construção de nosso ideal.


Ajudemo-nos cada dia para que o Céu nos ajude () com o devido proveito, de vez que o Céu ajuda sempre mas nem sempre sabemos aquilo que procuramos para fixar em nosso caminho a incessante ajuda celestial.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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