Capítulo XIV

A entrevista


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A jovem, pela manhã, procurou o futurólogo e desabafou:

— Tenho sofrido demais. Parece que a má sorte não me perde de vista. Que me aconselha o senhor para ser feliz?

O interpelado indicou o fulgor do Sol nas árvores próximas e replicou, otimista:

— A felicidade mora com o trabalho. Procure servir e conseguirá encontrá-la facilmente…

E apontando para a luz, lá fora, concluiu:

— Lembre-se de que estamos à frente de um dia novo, um dia absolutamente sem igual.

A moça entendeu a advertência, formulada com carinho, entretanto, voltou a indagar:

— Mas o senhor acredita que serei feliz nesta vida?

O experiente amigo sorriu e considerou:

— Filha, isso não sei. Posso dizer-lhe apenas que a vida é uma viagem, cujos episódios dependem de nós e não me consta que já estejamos na vizinhança do porto.

A jovem começou a pensar e o amigo futurólogo deu por finda a entrevista.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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