Capítulo IV

O instrumento


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Onde estiveres, agradece ao Senhor o instrumento da regeneração. Ninguém vive sem ele.

Aqui, é o esposo de trato difícil.

Além, é a companheira de presença desagradável.

Acolá é o filho rebelde.

Mais além é a filha inconsequente.

Hoje, é o amigo que se confiou à incompreensão.

Amanhã, será o chefe áspero.

Depois, será o subalterno distraído.

Agora, é o companheiro que desertou.

Mais tarde, será o adversário, compelindo-te a inesperadas tribulações.


Silencia, aproveita e segue adiante.

A pedra recebe do martelo que a estilhaça a dignidade com que se faz útil à construção.

O metal deve a pureza que lhe é própria ao cadinho esfogueante que o martiriza.

Não olvides que o corpo é o santuário de possibilidades divinas em que temporariamente te refugias para assimilar a lição do progresso.

Cada caminho cede lugar a outro caminho. Cada experiência conduz a experiência maior.

Toda prova é alimento espiritual e toda dor é impulso à ascensão.

Aprendamos a entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que entre a humildade e o trabalho, alcançaremos, um dia, os cimos da luz.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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