Justiça Divina

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Capítulo XII

Nas leis do amor


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Reunião pública de 27-2-1961.

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Se alguém te fala em descanso inútil, depois da morte, pensa nos que sofrem por amor, na experiência terrestre.

Indaga das mães devotadas se teriam coragem de relegar os filhos delinquentes à solidão da masmorra… Preferem chorar na pocilga do cárcere, trabalhando por eles, a morarem no paraíso com o peito rebentando de lágrimas.

Pergunta aos pais afetuosos se pediriam a forca para os rebentos do próprio sangue, comprometidos em débitos insolúveis… Escolhem a condição dos grilhetas, de modo a vê-los recuperados, renunciando aos prêmios que a sociedade lhes destine à honradez.

Inquire da esposa abnegada se deixaria o companheiro, enredado à loucura, para brilhar num desfile de santidade… Disputará as vigílias no manicômio para servi-lo, fugindo aos louros da praça pública.

Interroga do amigo verdadeiro se deixará o amigo confiante em dificuldade… Aceitará partilhar-lhe as provações, recusando os privilégios com que o mundo lhe acene.


Isso acontece na Terra, onde o amor ainda se mistura ao egoísmo, qual o ouro perdido na ganga do solo.

Para além das cinzas do túmulo, há paz de consciência e alegria profunda no dever nobremente cumprido, mas, se te afeiçoas à bondade e à renúncia, poderás, quanto quiseres, continuar auxiliando os entes amados que aprendeste a venerar e querer, ou prosseguir exaltando os ideais e as tarefas edificantes que abraças.

À medida que penetramos os segredos do amor puro, vamos reconhecendo que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho em que avança.

O próprio Criador determinou que a noite se cobrisse de estrelas e que o espinheiral se levantasse recamado de rosas.

Trabalharemos e sofreremos, assim, por amor, pelos séculos adiante, ajudando-nos uns aos outros a erguer a felicidade de nosso nível, até que possamos entrar, todos juntos, na suprema felicidade que consiste em nossa união com Deus para sempre.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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