Justiça Divina
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Reunião pública de 19-5-1961.
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Sofres constantes vicissitudes e suspiras por melhorar.
De afeições prediletas, colheste calhaus por flores.
Amigos que abraçavas, confiante, voltaram-te o rosto, atirando-te fogo ao peito.
Age, porém, como se nada disso houvesse acontecido, e continua distribuindo o pão da bondade.
Observas que o trabalho te pede sacrifício maior.
Tarefas, reconhecidamente dos outros, são relegadas às tuas mãos.
Procede, entretanto, como se os deveres agravados te pertencessem, honrando a casa de responsabilidade e suor, casa que te valoriza a existência.
Apreciações incompletas, que te escaparam da boca, são motivo a comentários que te deprimem. Reparas, com tristeza, que te pregam às costas o cartaz da ironia.
Caminha, contudo, como se a maldade circulante não existisse, porque, em verdade, os melhores companheiros não têm obrigação de conhecer-te os intentos nobres.
Ações edificantes que iniciaste foram interrompidas com desrespeito.
Retalharam-te o nome e apedrejaram-te a alma.
Segue, no entanto, à frente, como se tudo isso tivesse de suceder mesmo assim, para que refaças as próprias obras, no rumo da perfeição.
Todos trazemos do passado larga bagagem de defeitos e prejuízos. Alimentá-los ao preço de inquietação e revide seria perpetuar o desequilíbrio e a aflição.
Se aspiras a solucionar os problemas da vida, serve e perdoa, sem condições.
No mundo moral, não existe oposição que resista indefinidamente à força do exemplo.
Se o desânimo te ameaça, desce os olhos e contempla o teu próprio corpo e o teu próprio corpo dirá em silêncio que, para sustentar-te o Espírito, infatigavelmente, ele mesmo vive em regime incessante de serviço e perdão para melhorar.
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