Justiça Divina
Versão para cópiaEvolução e livre arbítrio
Reunião pública de 11-12-1961.
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Porque há dores necessárias no erguimento da vida, há quem se acolha à faixa da negação.
Ainda agora, muitos cientistas e religiosos, encastelados em absurdos afirmativos, parecem interessados em se anteporem ao próprio Deus.
Gigantes do raciocínio constroem máquinas com que investem o espaço cósmico, em arrojados desafios, para dizerem que a vida é a matéria suposta onipotente, enquanto que milhares de pregoeiros da fé levantam cadeias teológicas, tentando apresar a mente humana ao poste do fanatismo.
Na área de semelhantes conflitos, padece o homem o impacto de crises morais incessantes.
Não te emaranhes, porém, no labirinto. O mundo está criado, mas não terminado.
De ponta a ponta da Terra, vibra, candente, a forja da evolução. Problemas solucionados abrem campo a novos problemas. Horizontes abertos descerram horizontes mais amplos. E, na arena da imensa luta, o espírito é a obra prima do Universo, em árduo burilamento.
O Criador não vive fora da Criação. A criatura humana, contudo, ainda infinitamente distante da Luz Total, pode ser comparada ao aprendiz limitado aos exercícios da escola.
Cada civilização é precioso curso de experiências e cada individualidade, segundo a justiça, deve estruturar a sua própria grandeza.
Examinando o livre arbítrio que a Divina Lei nos faculta, consideremos que nós mesmos, imperfeitos quais somos, não furtamos, impunemente, uns dos outros, a liberdade de conhecer e realizar.
Pais responsáveis, não trancafiamos os filhos em urnas de afeto exclusivo, com a desculpa de amor.
Professores honestos, não tomamos o lugar do discípulo, ofertando-lhe privilégios, a título de ternura.
Médicos idôneos, não exoneramos o enfermo dos arriscados processos da cirurgia, a pretexto de compaixão.
Recebe, pois, o quadro das provações aflitivas em que te encontras, como sendo o maior ensejo de crescimento e de elevação que a Bondade Infinita, por agora, te pode dar.
Não te importe o materialismo a dementar-se no próprio caos. Sabes que o homem não é planta sem raiz, nem barco à matroca. Os que negam a Causa das Causas, reajustam, para lá do sepulcro, visão e entendimento, emotividade e conceito.
Enquanto observas, no caminho, perturbação e sofrimento, à guisa de poeira e sucata em prodigiosa oficina, tranquiliza-te e espera, porquanto, aprendendo e servindo, sentirás em ti mesmo a presença do Pai.
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