Justiça Divina
Versão para cópiaPurgatório
Reunião pública de 8-9-1961.
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Aprendeste a venerar os heróis do passado e suspiras igualmente pelo ensejo de exaltar a virtude.
Na senda cristã rememoras o tempo glorioso dos mártires, invejando-lhes o destino.
De outras vezes, sonhas chegar ao Plano Espiritual por sublime aparição de brandura, asserenando as almas impenitentes.
Em muitas ocasiões, no limiar do repouso físico, pedes admissão ao serviço dos benfeitores desencarnados, diligenciando o próprio adestramento em obras de instrução e consolo.
Entretanto, quase nunca te lembras de que te encontras no mundo, assim como quem vive temporariamente no purgatório.
Não precisas entregar a própria carne ao dente das feras, para demonstrares fé em Deus; e nem desvencilhar-te do corpo denso a fim de exerceres os misteres da caridade.
O Amor Infinito expressa-se, em toda a parte, e a Terra em que respiras movimenta-se a pleno céu.
Embora na parcela de luta que o passado te atribui ao presente, reflete no ideal de servir e surpreenderás o divino momento de auxiliar, seja onde seja.
Tens, na própria casa, os pais sofredores, os filhos inquietos, os irmãos menos felizes e os parentes agoniados.
Identificas, no trabalho, chefes irritadiços, subalternos amargos, clientela exigente e colegas-enigmas.
No campo social, relacionas amigos-problemas, adversários gratuitos, companheiros frágeis e observadores intransigentes.
E, tanto nos becos mais simples quanto nas mais largas avenidas, segues ao lado de corações que a sombra enredou na teia das grandes provas.
Todos, sem exceção, esperam de ti a migalha de amor e a esmola de paciência.
Purgatório! purgatório!… Todos nós, consciências endividadas, estamos nele. O remédio, porém, é o caminho da cura.
Ajuda aos semelhantes para que os semelhantes te ajudem.
Aqueles que nos rodeiam são hoje os grandes necessitados. Amanhã, contudo, é possível que os grandes necessitados sejamos nós.
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