Justiça Divina
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Reunião pública de 13
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Ergue a flama da fé na imortalidade, e caminha!
Os que desertaram da confiança gritar-te-ão impropérios, entrincheirados na irresponsabilidade que lhes serve de esconderijo.
Demagogos do desânimo, dirão, apressados, que o mundo nunca se desvencilhará da lei de Caim;
que os tigres da inteligência continuarão devorando os cordeiros do trabalho;
que a mentira, na História, prosseguirá entronizando criminosos na galeria dos mártires;
que a perfídia se anteporá, indefinidamente, à virtude;
que a mocidade é carne para canhões e prostíbulos;
que as mães amamentam para o sepulcro;
que as religiões são fábulas piedosas para consumo de analfabetos;
que as tenazes da guerra te constringirão a cabeça, sufocando-te a voz no silêncio do horror…
Tentarão, decerto, envolver-te na nuvem do pessimismo, induzindo-te a esquecer o presente e o futuro, na taça de tranquilidade e prazer em que anestesiam a pensamento.
Contudo, reflete levemente e perceberás que os trânsfugas do dever, acolhidos à negação e infantilizados no medo, simplesmente desfrutam a paz dos entrevados e a alegria dos loucos.
Ora por eles, nossos irmãos que ainda não amadureceram o entendimento para a altura da vida, e segue adiante.
Na escuridão mais espessa, acende a chama da prece, e, onde todos se sentirem desalentados, fala, sem revolta, a palavra de esperança que desenregele os corações mumificados no desconsolo. Um gesto de bondade sobre a agonia de alguém que oscila, à beira do abismo, e uma gota de bálsamo espremida com amor numa ferida que sangra bastam, muitas vezes, para renovar multidões inteiras.
Sobretudo, nos mais aflitivos transes da provação, não percas a paciência.
Não consegues emendar os companheiros desarvorados, mas podes restaurar a ti mesmo.
Embora contemplando assaltos e violências, ruínas e escombros, avança jornada acima, apagando o mal e fazendo o bem.
Criatura alguma, na Terra, escapará da grandeza fatal da justiça e da morte; no entanto, sabemos todos que a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras, e que a morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir.
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