Justiça Divina

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Capítulo LXVI

Sentenciados


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Reunião pública de 20-10-1961.

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Sentenciados, sim! A vida, porém, não nos suplicia pelo prazer de atormentar.

À face de nossa destinação à suprema felicidade, todos estamos intimados ao bem, impelidos ao progresso, endereçados à educação e policiados pela justiça.

Jesus, o Divino Penalogista, exortou-nos, convincente: “Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete.” (Mt 18:22)

É que o mal expressa grave desequilíbrio naquele que o pratica.

Comparados às moléstias do corpo, a dor moral de haver ferido a alguém é o abcesso reclamando dreno adequado; o vício é a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz, e a delinquência é o tumor de caráter maligno, comprometendo a estrutura orgânica, em prenúncio de morte.

Esposar revolta e vingança seria expor o próprio sangue a infecções perigosas, entrando, voluntariamente, nas faixas destrutivas da enfermidade.

Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e imunização infalíveis.


Diz Allan Kardec: “Às penas que o Espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são consequentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas.” ()

Esparze, desse modo, as vibrações confortativas da prece sobre todo aquele que caiu no logro do mal.

O caluniador está, sentenciado à repressão da própria língua, o desertor está sentenciado à frustração que marcou a si mesmo, o ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio, o ofensor está sentenciado ao ferrete da consciência, o criminoso está sentenciado a carregar consigo o padecimento das próprias vítimas.

Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos assumidos, com o remorso de quebra.

Assim pois, à frente do irmão que te golpeia, recolhe-te em silêncio e esquece todo o mal. Não precisas indicá-lo a esse ou àquele castigo, perante a barra dos tribunais, porque o maior sistema de punição já está dentro dele.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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