Justiça Divina

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Capítulo LXXIII

Experiência religiosa


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Reunião pública de 13 11:1961.

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Deploramos as calamidades de que o materialismo se faz a nascente e insistimos pelo retorno à fé religiosa, para que a responsabilidade seja colocada no lugar que lhe é próprio.

Apontamos a excelência da virtude, traçamos roteiro à vida heroica, articulamos cruzadas de rearmamento moral e encarecemos a redenção dos costumes.

É forçoso reconhecer, no entanto, a inevitabilidade da ação para definir a função.

Contraditório aconselhar uma estrada e seguir noutra.

Toda escola é centro indutivo.

Formam-se engenheiros nas disciplinas em que outros engenheiros se tornaram instrutores.

Fazem-se mecânicos, no trabalho em que outros mecânicos se fizeram exímios.

O invento pede uso, a teoria espera demonstração.

Assim também na experiência religiosa.

Imaginemos se o Cristo, a pretexto de angariar contribuições para as boas obras, houvesse disputado a nomeação de Mateus para exercer as atribuições de chefe do erário, no palácio de Antipas; se, para garantir o prestígio do Evangelho, passasse a frequentar os corredores do Pretório, com o intuito de atrair as atenções de Pilatos; se, para favorecer a causa da Boa Nova, resolvesse adular os familiares de Anás, oferecendo-lhes passes magnéticos para curar-lhes as enxaquecas; ou se, para preservar-se na grande crise, tivesse provocado um entendimento com essa ou aquela autoridade do Sinédrio, acomodando-se ao mercado das influências políticas, junto do povo…

Ao invés disso, vemo-lo, a cada passo, coerente consigo mesmo.

Amparando os homens sem os escravizar às ilusões.

Prestando serviço aos homens, em nome de Deus, sem conluiar-se com os homens em desserviço a Deus.

Esclarecendo sem impor. Ajudando sem exigir.

Promovendo o bem de todos, sem cogitar do bem de si mesmo.

Indubitavelmente, todos nós lamentamos a incredulidade que lavra na Terra, ressecando corações e ensombrando inteligências.

Urge, porém, compreender que, para abolir a tirania da negação que entenebrece o espírito humano, será necessário viver de acordo com a fé que ensinamos, a fim de que o mundo encontre em nós, primeiramente, o trabalho e a compreensão, a fraternidade e a concórdia que aspiramos a encontrar dentro dele.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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