Leis de Amor

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Capítulo IV

Divórcio. Suicídio. Aborto

Qualquer pessoa que aspire a um título elevado passa pela fase de encantamento. Esfalfa-se o professor pela ascensão à cátedra. Conseguido o certificado de competência, é imperioso entregar-se ao estudo incessante para atender às exigências do magistério.

Esforça-se o acadêmico pela conquista do diploma que lhe autorize o exercício da profissão liberal. Laureado pela distinção, sente-se compelido a trabalho infatigável, de modo a sustentar-se na respeitabilidade em que anela viver.

Assim também o matrimônio.


O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem as obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros e desacertos.

Fácil, dessa forma, reconhecer que todas as dificuldades domésticas são empeços, trazidos por nós próprios, das existências passadas.


Marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira.


Esposa desequilibrada é aquela mulher que, certa feita, relegamos à necessidade e à viciação.


Filhos-problemas são aqueles mesmos Espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos.


No caminho familiar, purificam-se impulsos e renovam-se decisões. Nele encontramos os estímulos ao trabalho e às tentações que nos comprovam as qualidades adquiridas, as alegrias que nos alentam e as dores que nos corrigem.


O divórcio conquanto às vezes necessário, não é caminho salvador quando lutas se agravem. Ninguém colhe flores do plantio de pedras.

Só o tempo consegue dissipar as sombras que amontoamos com o tempo. Só o perdão incondicional apaga as ofensas; apenas o bem extingue o mal.


Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos surgem nos quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma no débito contraído.


Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.


É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do Espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.


O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitem, é um crime perante as leis de Deus.


Praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnação de Espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o reconforto ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranquilidade pela solução de velhas contas.


O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivos processos de obsessão.


Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores.


Muitos Espíritos fracos, que por razões de infelicidade na afeição sexual atiram-se ao suicídio, encontram padecimentos gigantescos, como quem salta no escuro sobre precipícios de brasas, criando derivações de angústia para os causadores de semelhantes tragédias.


Quantos violam a passagem da morte, crendo erroneamente alcançar o repouso, nada mais encontram senão suplício e desespero, a gerarem, no âmago de si mesmos, os pavorosos conflitos, que apenas as reencarnações regenerativas conseguem remediar.

Saibamos tolerar com paciência as provações que o mundo nos ofereça, criando o bem sobre todos os males que nos cheguem das existências que já vivemos, na convicção de que fugir ao dever — por mais doloroso seja o dever que nos caiba — será sempre abraçar o pior. Em quaisquer atribulações ou dificuldades, a nossa obrigação individual é fazer o melhor ao nosso alcance para que o bem triunfe.


Em todos os departamentos da luta humana, os compromissos do passado reaparecem.

Indispensável revestir-se a alma de forças para vencer, em si mesma, os pontos vulneráveis que em outro tempo, a fizeram cair.


Evitemos o divórcio, tanto quanto possível, e combatamos o aborto e o suicídio com todos os recursos de raciocínio e esclarecimento de que possamos dispor.

O divórcio adia o resgate.

O aborto complica o destino.

O suicídio agrava todos os sofrimentos.




(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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