Luz Bendita
Versão para cópia… Tenho certeza de que Chico foi o meu protetor e avalista no mundo espiritual…
Reencontro de Corações
Maio de 1959 data que recordamos com imensa alegria! Os bons ou maus momentos que passamos são sempre lembrados, pois, eles marcam nossa existência; são pontos definitivos de nossa vida.
Maio de 1959 foi sem dúvida nenhuma um dos melhores momentos da vida do casal Galves.
Galves e eu havíamos lido alguns livros psicografados por Chico Xavier e sentimos um desejo imenso de conhecer o médium que recebia páginas tão belas.
Curiosidade, pensávamos naquela época; necessidade, reconhecemos agora. Eram os primeiros passos na abençoada Doutrina.
Insegurança e intranquilidade eram uma constância em nossas almas, principalmente na minha e não devo responsabilizar somente a mediunidade hoje tão querida por nós, mas, também ela oferecia campo para que a paz tão necessária não se fizesse presente em nossas vidas.
Fomos a Uberaba em um pequeno grupo, mas sentimos que Chico muito depressa familiarizou-se conosco e nos dispensava uma grande atenção.
Ele nessa oportunidade realizava peregrinações aos sábados às casas das famílias assistidas e nessas ocasiões as beneficiadas que nos recebiam ofereciam cafezinho e água que os bons espíritos perfumavam com muito carinho.
Chico, delicadamente, logo chamava Galves e lhe oferecia café ou água perfumada.
Essa atenção despertou a curiosidade de todos os presentes, principalmente de Galves que ao recolher-se para o descanso dizia um pouco preocupado: “ Nena, acho que eu vou morrer muito em breve, pois Chico dispensou-me tanto carinho, carinho esse que eu nada fiz por merecer”.
Estávamos longe de imaginar que aquela atenção representava trabalho e alegria futuros e que seria mais vida e não morte em nossa existência atual.
Ao conhecermos Chico, Galves e eu, tivemos a impressão exata de que nos localizávamos no espaço e no tempo; nossos olhos viam o fenômeno mediúnico, nossas almas sentiam a força do amor porque a própria materializava-se em forma de homem de pequena estatura e de gestos lentos, ensinando-nos como andar certos e seguros, sem tropeços. Estava diante de nós um homem de visão apoucada, mostrando as belezas de um mundo melhor, um homem que sem ter a beleza de um , parecia belo, muito belo, porque fez com que passássemos a ver as belezas do mundo terrestre, aquelas que quando se sofre não se consegue vislumbrar.
Sentimo-nos nesse dia, mais esposa, mais mãe, mais filha, enfim, um ser que renascia diante de um pai espiritual que acabava de reencontrar.
Sentimos uma atração imensa, uma afeição mútua, e quando Chico Xavier tomou as mãos de Galves e as minhas e as beijou tivemos a certeza de que estas mãos já deveriam ter estado unidas num passado distante; foi como uma volta a tempos longínquos e um despertar num presente sonoro.
Viemos para São Paulo transbordando de alegria e desde essa data acrescentamos em nosso álbum de família mais uma fotografia, pois a família Galves sentia-se enriquecida com este espírito de escol que a ela se integrava de forma tão sutil.
Passamos a visitar Chico regularmente, talvez mais ávidos de presenciar fenômenos mediúnicos do que de receber conhecimentos espíritas.
Certa vez, Chico, que não conheceu meu pai, desencarnado em 19.10.1932, transmitiu-me oralmente um recado que me comoveu, muitíssimo: Nena, seu pai, Sr. Nicomedes, está presente e solicita seja dito a você que ele está muito feliz e que tem acompanhado a você em todas as suas tarefas e estudos espíritas, alcançando com você grande melhora e franco progresso, porque está aproveitando as luzes da Doutrina Espírita, em sua companhia.
Essa notícia nos trouxe imenso reconforto.
No decorrer desta amizade, que crescia com o tempo, fomos premiados com muitos fenômenos, mas junto também chegou o esclarecimento de maneira que pudéssemos avaliar o equilíbrio e a segurança do grande médium amigo.
Testemunhar os fenômenos presenciados por nós, o que vimos, o que ouvimos de beneficiados pela mediunidade de Chico é praticamente impossível. São inúmeros os fenômenos ocorridos… Destacaremos para relato, um, ocorrido conosco:
Repentinamente vi-me atacada de uma enfermidade que depois de larga peregrinação por consultórios e laboratórios, os médicos constataram ser uma doença de pele chamada “Porocematose de Willian”, enfermidade essa para a qual poucos recursos a medicina encontra.
Fui visitada pelo Dermatologista que receitou uma medicação à base de vitamina A, que só poderia ser adquirida na Argentina. O remédio que pude ter disponível era insuficiente, pois as lesões eram bastante grandes nas pernas e cobriam todo meu braço.
Usando-o, deu para uns dias apenas.
Galves preocupadíssimo, comunicou-se com Chico ao telefone informando-o de meu estado. O médium após ouvi-lo atento, como sempre, recomendou-me uns medicamentos homeopáticos e disse ao Galves que o Dr. Bezerra de Menezes pedia que eu evitasse o sol.
Passei a seguir tal recomendação, pois realmente a exposição ao sol aumentava as lesões, conforme constatei,observando-me melhor.
Terminado o remédio receitado pelo Dermatologista, mandamos preparar mais uma porção sem a sua supervisão.
No prazo recomendado voltei ao consultório. Espantado com o meu estado, o médico indagou desde quando eu estava com a pele tão limpa das lesões e o que havia feito. Confessei a ele que havia mandado preparar mais medicação, mas ele não aceitou isso como suficiente para a cura visto que a primeira receita era preparada à base de álcool e a segunda fora preparada à base de solução aquosa com a vitamina A.
Informou-me que nem uma nem outra seria suficiente para a cura de lesões como as que eu possuía, reafirmando que pouco ou nada havia para a cura efetiva dessa moléstia. Meu problema era um caso para estudo.
O médico pediu-me que o visitasse periodicamente porque aquela melhora rápida para ele era um milagre. Isto ocorreu em janeiro de 1970.
O processo das lesões levou apenas uns 20 dias para ser debelado. Conservo ainda algumas marcas das mesmas, mas fiquei completamente curada.
Chico calou-se diante de todas as ocorrências, mas soubemos através de uma amiga que na noite em que Galves lhe telefonou, ao desligar o aparelho, grossas lágrimas correram dos olhos do querido amigo, ficou silencioso durante largo tempo e orou, orou muito por mim. Tenho a certeza de que Chico foi o meu protetor e avalista no mundo espiritual quando pediu por minha saúde.
Se alguma possibilidade tinha eu de receber aquela bênção, quem pode duvidar que eu tenha recebido essa misericórdia do Alto por ter tido no Plano Espiritual um avalista como Chico Xavier?
Agradecemos a Deus todas as dádivas terrestres e de um modo especial a de ter Chico Xavier como Mentor Espiritual, encarnado.
(Rua Dr. Acácio Nogueira, 52 - São Paulo, SP.)
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