Mãos Unidas

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Capítulo XVII

A chave bendita


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Efetivamente, muitos são os problemas que nos assediam a existência. Dificuldades que não se esperam, tribulações que nos espancam mentalmente de imprevisto, sofrimentos que se instalam conosco sem que lhes possamos calcular a duração, desajustes que valem por dolorosos constrangimentos.


Se aspiras a obter solução adequada às provas que te firam, não te guies pela rota do desespero.

Tens contigo uma chave bendita, — a chave da humildade, cunhada no metal puro da paciência.

Perante quaisquer tropeços da estrada, usa semelhante talento do espírito e alcançarás para logo a equação de harmonia e segurança a que pretendes chegar.

Nada perderás, deixando fale alguém com mais autoridade do que aquela de que porventura disponhas;

nunca te diminuirás por desistir de uma contenda desnecessária;

em cousa alguma te prejudicarás abraçando o silêncio de conceitos deprimentes que te sejam desfechados;

não sofrerás prejuízo em te calando nessa ou naquela questão que diga respeito exclusivamente às tuas conveniências e interesses pessoais;

grandes lucros no campo íntimo te advirão da serenidade ou da complacência com que aceites desprestígio ou preterição;

jamais te arrependerás de abençoar ao invés de reclamar, ainda mesmo em ocorrências que te amarguem as horas;

e a simpatia vibrará sempre em teu favor, toda vez que cedas de ti mesmo, a benefício dos outros.


Efetuemos os investimentos valiosos de paz e felicidade, suscetíveis de serem capitalizados por nós, através dos pequeninos gestos de tolerância e bondade e o programa de trabalho a que a vida nos indique ganhará absoluta eficiência de execução.


Seja na vida particular ou portas a dentro de casa, no grupo de serviço a que te vinculas ou na grande esfera social em que se te decorre a existência, sempre que te vejas à beira do ressentimento ou revide, rebeldia ou desânimo, nunca te entregues à irritação: Tenta a humildade.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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