Nascer e Renascer

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Capítulo XXIII

Diante dos mundos novos


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Em matéria de mundos a conquistar, não nos esqueçamos de que todos, individualmente, respiramos no mundo que nos é próprio.

Peçamos aos anões docos para que interpretem, de improviso, o pensamento musical de Beethoven; insistamos com os esquimós para que exprimam, sem delonga, a conceituação que possam alinhar sobre o direito romano ou roguemos aos nossos xavantes amigos para que assimilem, de imediato, alguma definição de Spinosa, e, decerto, não exerceríamos senão violência sobre o campo mental em que estagiam, esperando que o tempo lhes ofereça a necessária maturação.

Não nos vale fantasiar incursões demasiado profundas no espaço infinito, sem a justa preparação perante a vida que nos espera.

Sem dúvida, é natural que a ciência cogite da indagação a novos domínios da natureza, construindo no presente os alicerces dos grandes cometimentos com que fulgirá no futuro. Todavia, se quisermos galgar os degraus da Vida Maior, ingressando em círculos mais vastos e mais elevados do amor e da inteligência, é preciso saibamos partir da consciência egoística a que ainda nos ajustamos, ao preço de estudo e abnegação, trabalho e acrisolamento, no rumo das Esferas Superiores, a refletir a luz da Vida Cósmica, que somente à custa de educação e bondade nos acolherá em seu infinito esplendor.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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