Opinião espírita

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Capítulo XIII

Autocrítica


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O milagre é invenção da gramática para efeito linguístico, pois na realidade somos arquitetos do próprio destino.

Se algum erro de cálculo existe na construção de nossas existências, o culpado somos nós mesmos.

Todos caminhamos suscetíveis de errar, todos já erramos bastante e todos ainda erraremos necessariamente para aprender a acertar; contudo, nenhum de nós deve persistir no erro, porquanto incorreríamos na abolição do raciocínio que nos constitui a maior conquista espiritual.

No reconhecimento da falibilidade que nos caracteriza, se não é lícito reprovar a ninguém, não será justo cultivar a indulgência para conosco; e se nos cabe perdoar incondicionalmente aos outros, não se deve adiar a severidade para com as próprias faltas.

Portanto, para acertar, não devemos fugir ao “conhece-te a ti mesmo”, que principia na intimidade da alma, com o esforço da vigilância interior.

Esse trabalho analítico de dentro e para dentro nasce da humildade e da intenção de acertar com o bem, demonstrando para nós próprios o exato valor de nossas possibilidades em qualquer manifestação.

Autocrítica sim e sempre…

Podão da sensatez — apara os supérfluos da fantasia.

Balança do comportamento — sopesa todos os nossos atos.

Lima da verdade — dissipa a ilusão.

Metro moral — define o tamanho de nosso discernimento.

Espelho da consciência — reflete a fisionomia da alma.

Em todas as expressões pessoais, é possível errarmos para mais ou para menos.

Quem não avança na estrada do equilíbrio que somente a autocrítica delimita com segurança, resvala facilmente na impropriedade ou no excesso, perdendo a linha das proporções.

Com a autocrítica, lisonja e censura, elogio e sarcasmo deixam de ser perigos destruidores, de vez que a mente provida de semelhante luz, acolhe-se ao bom senso e à conformidade, evitando a audácia exagerada de quem tenta galgar as nuvens sem asas e o receio enfermiço de quem não dá um passo, temendo anular-se, ao mesmo tempo que amplia as correntes de cooperação e simpatia, em derredor de si mesma, por usar os recursos de que dispõe na medida certa do bem, sob a qual, a compaixão não piora o necessitado e a caridade não humilha quem sofre.

Sê fiscal de ti mesmo para que não te levantes por verdugo dos outros e, reparando os próprios atos, vive hoje a posição do juiz de ti próprio, a fim de que amanhã, não amargues a tortura do réu.




(Psicografia de Waldo Vieira)



André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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