Capítulo XVII

Nos caminhos do sempre


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Nem sempre se te fará necessário fitar a retaguarda para reconhecer as vantagens da própria situação.

Basta recordar os obstáculos que já venceste.

Impossível não te lembres de certas ocasiões difíceis, no grupo doméstico, nas quais, sem esperar, conseguiste manter o próprio equilíbrio, a fim de auxiliar aos que se te ligam à existência.

Fácil rememorar os momentos de azedume, dos quais a passagem do tempo te desligou para o retorno à tranquilidade.

Perigos que te ameaçaram, desapareceram, sem que os visses, no instante em que se te entrecruzavam na estrada.

Ocorrências infelizes que atravessaste foram muito mais advertências da vida ao teu senso de ponderação e serenidade que calamidades irreparáveis, conquanto, em alguns casos, provações inevitáveis se te emplacassem no contexto das próprias experiências.

Preterições sofridas geraram várias conquistas de melhoria que atualmente desfrutas.

Mudanças desagradáveis e compulsórias transformaram-se em degraus de acesso a facilidades que desconhecias, até então.

Pessoas queridas, cujas tribulações lamentavas com ênfase, descartaram-se das sombras em que se envolviam, usufruindo agora alegrias com que talvez não contassem.

Desgostos que tiveste, no curso dos quais guardavas a ideia de carregar pesados fardos de infortúnio, converteram-se em oportunidades de paz e renovação que presentemente bendizes.

Pensa nos empecilhos que já deixaste à distância e concluirás que isso aconteceu porque não desertaste das próprias obrigações.

Reflete nisso e reconhecerás que Deus, o Infinito Amor, que te sustentou ontem, de igual modo te sustentará também nos caminhos do sempre.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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