Plantão da Paz

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Capítulo XIX

Reação


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Observa as flores humanas que assomam chorando nos torturados berços do sofrimento.

Feridas congeniais lhes assinalam a contextura.

Despontam na árvore familiar, agitadas pela ventania de agitadas flagelações, reclamando assistência e socorro, compaixão e entendimento.

Diante delas, muita vez, o filósofo invigilante recusa a fé no burilamento final do gênero humano, e o religioso incompleto começa a indagar, sem razão, quanto à equidade na Justiça de Deus.

É que nessas criancinhas, sob o ferrete da expiação, voltam ao campo da experiência terrestre quantos se fizeram no mundo instrumentos da crueldade para os outros e para consigo mesmos.

Aqui é o juiz venal que regressa com o cérebro embaciado, incapaz do pensamento correto.

Ali, é o cirurgião que abusou dos próprios recursos, para estender homicídios inconfessáveis, reaparecendo sem mãos para novas lutas na vida.

Acolá, encontraremos o esportista elegante que se valeu de dons respeitáveis para furtar a felicidade dos outros, retomando o indumento carnal com as doenças inquietantes a lhe curar os centros nervosos intoxicados por ele mesmo, e, mais adiante, surpreendemos a mulher vaidosa e insensata, que aproveitou a própria beleza para destruir a paz de lares promissores, ressurgindo no corpo retardado e disforme para rude estação na penúria e na idiotia.


Diante do berço martirizado, lembremos as nossas próprias dívidas e auxiliemos as avezinhas do infortúnio a refazerem as próprias asas, no visco de provação a que se atiraram, desprevenidas, porque todos detemos compromissos enormes na Contabilidade Divina e todos, no tempo justo, seremos inevitavelmente chamados ao justo acerto, necessitando igualmente da dor mais alta, a fim de que sejamos conduzidos à harmonia maior.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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