Religião dos espíritos
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Reunião pública de 25 de Setembro de 1959
de “O Livro dos Espíritos”
Não podemos afirmar que os materialistas vêm vindo…
Estão nos tempos modernos, por toda parte, tentando inconscientemente apagar a luz do espírito.
Assestam telescópios na direção das galáxias, e supõem resolver os enigmas do Universo pelas acanhadas impressões dos cinco sentidos da Esfera física.
Devotam-se aos mais altos estudos da Psicologia transcendente, e atestam que o homem não passa de símio complexo, sem maiores possibilidades de evolução.
Dizem que estamos longe de equacionar os problemas do destino e do ser, e estabelecem padrões para a genética humana, tomando por alicerce o comportamento de drosófilas e de ratos nas atividades reprodutivas.
Asseveram que é preciso plasmar elites de condutores, e dirigem-se à mocidade acadêmica subtraindo-lhe as noções da alma, à feição de sorridentes carrascos da responsabilidade moral.
Destacam o imperativo da solidariedade, e preconizam a sumária eliminação dos que nasçam doentes ou incapazes.
Proclamam-se campeões da liberdade, e desprezam quem lhes não aceite o figurino mental.
Recomendam a investigação das questões do espírito, e injuriam as inteligências sinceras e desassombra das que a elas se afeiçoem.
Aconselham o respeito às religiões e, em vez de ajudá-las no apostolado de amor pela extinção do sofrimento, solapam-lhes a existência, a golpes de sarcasmo sutil.
Claro que não nos reportamos aos pesquisadores respeitáveis, porque a Ciência — matriz do progresso — será sempre, no mundo, a interrogação vestida de luz, entesourando experiências diante da verdade.
Referimo-nos aos epicuristas de todas as épocas, sejam eles autores de fulgurantes pensamentos destrutivos, em alentados livros sobre a Natureza, ou meros conversadores de salão, interessados nas sensações inferiores, a detrimento da sublimação íntima.
Desde as primeiras horas de nossa formação doutrinária, os mensageiros do Cristo explicaram que o Espiritismo contribuirá no aperfeiçoamento da Terra, anulando o materialismo, por ensinar aos homens a dignificação do futuro, mantendo-os livres de seitas e cores, castas e privilégios.
Temos, assim, a tarefa de conduzir para a frente a bandeira da imortalidade, com o trabalho incessante que lhe é consequente, mas, para atingirmos a meta, é imperioso se disponha cada um de nós a viver em si mesmo os princípios que prega, com a obrigação de servir e com o dever de estudar.
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