Religião dos espíritos

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Capítulo LXXXV

No grande minuto


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Reunião pública de 30 de Novembro de 1959

de “O Livro dos Espíritos”


No grande minuto da experiência, disseste, desapontado:


— Só vejo o mal pelo bem.

— Não posso mais.

— Fracassei.

— Agora é parar com tudo.

— Fiz o possível.

— Não me fales mais nisso.

— Estou farto.

— Muito difícil.

— Em tudo é desilusão.

— Sofri que chega.

— Continue quem quiser.

— Ninguém me ajuda.

— Deixa-me em paz.

— Estou vencido.

— Não quero complicações.

— É problema dos outros.

— Não sou santo.

— Desisti.

— Basta de lutas.


Entretanto, sombra vencida é porta de luz maior.

Se os amigos fugiram, continua fiel ao bem.

Se tudo é aflição em torno, não desanimes.

Se alguém te calunia, responde sempre fazendo o melhor que possas.

Se caíste, levanta-te renovado e corrige a ti mesmo.

Não existe merecimento naquilo que nada custa.

Todos nós aprendemos e trabalhamos, dias e dias, e, às vezes, por muitos anos, para vencer nesse ou naquele grande momento chamado “crise”.

É a vitória na crise que nos confere mais ampla capacidade.

Se pedes roteiro para mirar, recorda o Cristo, na derrota aparente.

Humilhado e batido, supliciado e crucificado, torna ao mundo, em Espírito, sem que ninguém lhe requeira a volta.

E, materializando-se, divino, entre os mesmos companheiros que o haviam abandonado, longe de referir-se aos remoques e tormentos da véspera, recomeça o trabalho, dizendo simplesmente:

— “A paz seja convosco.” (Lc 24:36)




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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