Seara dos Médiuns

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Capítulo XXIV

Alegas


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Reunião pública de 25 de Março de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Alegas descrença da vida celestial por ausência da comprovação que supões adequada, e viajas, ante a glória do firmamento, num gigantesco engenho cósmico de nome “Terra”, a girar sobre si mesmo, com imensa velocidade, em torno do Sol, e não pensas nisso.

Alegas que não compreendes como possam surgir irradiações do Espírito, e te equilibras, cada dia, sob a luz solar que se expande na imensidão do Espaço, a trezentos mil quilômetros por segundo, sem que lhe abordes a estrutura mais íntima.

Alegas que não ouves a voz das inteligências desencarnadas, e moras num reino de ondas, de que as maiores estações emissoras dosam apenas ínfima porção, transformando em sons articulados o que te parece solidão e silêncio.

Alegas que ninguém te explica por que processo se alimentam as almas, com os fluidos sutis, e vives no oceano aéreo, nutrindo-te em maior grau dos recursos imponderáveis da Natureza.

Alegas que a existência humana, fora da matéria física, é inaceitável por tornar-se invisível; entretanto, quanta coisa invisível consideras real!

Alegas a impossibilidade da materialização transitória dos amigos que já transpuseram as fronteiras do túmulo, e, apesar das notáveis observações da genética, desconheces como nasceste entre as formas carnais, tanto quanto ignoras os processos por que te desenvolves.


Não te lamentes, porém, quanto à falta de elementos mediúnicos para o levantamento das boas obras.

Não te condiciones a informes alheios para ajudar.

Todos possuímos vasta provisão de sementes e luzes do Conhecimento Superior e estamos convictos de que fomos chamados para servir.

O que Jesus ensinou, há quase dois milênios, tem força de verdade para todos os séculos, e a mensagem desse ou daquele arauto do Evangelho, aos ouvidos de alguém, é lição para todos nós.

Importa, acima de tudo, estender o bem, entendendo-se que o bem verdadeiro será sempre o bem que façamos aos outros.

Toma alguns grãos de trigo, achados na rua, a esmo… Não sabes de onde vieram, no entanto, se resolves plantá-los, inda hoje, com respeito e carinho, em breve as leis de Deus, sem que as vejas agindo, deles farão no solo, em teu próprio favor, vasto e belo trigal.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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