Seara dos Médiuns
Versão para cópiaDesertores
Reunião pública de 13 de Maio de 1960
de “O Livro dos Médiuns”
Médiuns desertores não são apenas aqueles que deixam de transmitir com fidelidade sinais e palavras, avisos e observações da Esfera Espiritual para a Esfera Física.
De criatura a criatura flui a corrente da vida e todos nós, encarnados e desencarnados de qualquer condição, estamos conclamados a lutar pela vitória do Bem Eterno.
Desertores são igualmente:
os que armazenam o pão, sem proveito justo, convertendo cereais em cifrões vazios;
os que pregam virtudes religiosas e sociais, acolhendo-se em trincheiras de usura;
os que fecham escolas, escancarando prisões;
os que transformam as chaves da Ciência em gazuas douradas;
os que levantam casas de socorro, desviando recursos que deveriam ser aplicados para sanar as dores do próximo;
os que exterminam crianças em formação, garantindo a impunidade, no silêncio das próprias vítimas;
as mães que, sem motivo, emudecem as trompas da vida no santuário do próprio corpo, embriagando-se de prazeres que vão estuar na loucura;
os que aviltam a inteligência, vendendo emoções na feira do vício;
os que se afogam lentamente no álcool;
os que matam o tempo para que o tempo não lhes dê responsabilidade;
os que passam as horas censurando atitudes de outrem, olvidando os deveres que lhes competem;
os que andam no mundo com todos os desejos satisfeitos;
os que não sentem necessidade de trabalhar;
os que clamam contra a ingratidão sem examinar os problemas dos supostos ingratos;
os que julgam comprar o céu, entregando um vintém ao serviço da caridade e reservando milhões para enlouquecer os próprios descendentes, nos inventários de sangue e ódio;
os que condenam e amaldiçoam, ao invés de compreender e abençoar;
os que perderam a simplicidade e precisam de uma torre de marfim para viver;
os que se fazem peso morto, dificultando o curso das boas obras…
Deserção! Deserção! Se trazemos semelhante chaga, corrigenda para nós!… E se a vemos nos outros, compaixão para eles!…
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