Seara dos Médiuns

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Capítulo XXXVII

Dever espírita


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Reunião pública de 23 de Maio de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Com muita propriedade, afirmou Allan Kardec que os Espíritos elevados se ligam de preferência aos que procuram instruir-se.

E quem busca instruir-se, escolhe o caminho do esforço máximo.

Todo educandário é instituto de disciplina.

Entretanto, aqui e ali, aparecem alunos viciados em recreio e preguiça, suborno e cola.

Estes, contudo, podem obter as mais brilhantes situações, no jogo das aparências, mas nunca o respeito e a confiança dos professores dignos do título que conquistaram.


Na Doutrina Espírita, escola maternal de nossas almas, há mais de um século surgem aprendizes de todas as condições.

Aos que pediam fenômenos para alicerçar a convicção, foi concedida pelos instrutores da Humanidade a mais alta cópia de francas demonstrações da sobrevivência.

As pesquisas rigorosamente científicas de William Crookes e as respostas positivas do Plano Espiritual valeram por insofismável testemunho da verdade, a benefício de todo o orbe, e, porque os discípulos da Nova Revelação se espalhassem por toda parte, as experiências foram examinadas e são, até hoje, reexaminadas, sob variada nomenclatura, em todas as direções.

Os tarefeiros do ensinamento espírita, por isso, não podem esquecer a obrigação de preservá-lo a cavaleiro de todas as investidas dos alunos ociosos, que nada procuram senão divertir e polemizar.

Vê-los-emos, em todos os lugares, sempre dispostos a pentear as ocorrências e expor de público as caspas recolhidas, para o espetáculo das discussões sem proveito.


Resguardemos a mensagem edificante do Espiritismo contra aqueles que tomam o fruto da lição, perdendo tempo em repetidas e inúteis perquirições sobre a casca, com deliberado abandono da substância.

Há dois milênios se agita a opinião da Terra em torno do Cristo, organizando-se, em nome dele, guerras e conchavos, disputas e controvérsias, dietas e conselhos, interpretações e perseguições, mas o que permanece firme, através do tempo, é a palavra do Evangelho.

Armem-se os caçadores de fenômenos como desejem, e detenham, como puderem, os elementos que a vida endereça à necessária renovação.

Todo fenômeno edifica, se recebido para enriquecer o campo da essência.

Quanto a nós, porém, estejamos fiéis à instrução, desmaterializando o espírito, quanto possível, para que o Espírito se conheça e se disponha a brilhar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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