Seara dos Médiuns

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Capítulo LIX

Revelações e preconceitos


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Reunião pública de 15 de Agosto de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Inquires, muita vez, por que motivo os instrutores desencarnados silenciam determinados temas doutrinários em determinadas regiões.

Junto desse ou daquele povo, falam na reencarnação, com veemência, enquanto que, junto de outros, parecem ignorá-la.

Aqui, relacionam as graves consequências do suicídio, e, adiante, como que apagam todas as referências em torno de semelhante calamidade, considerada, ainda, em certos agrupamentos raciais, como ponto de honra.

Em muitos lugares prestigiam as observações do fenômeno, e, em outros, destacam os merecimentos da escola.


Entretanto, é preciso reconhecer que há alimento físico e alimento espiritual. E tanto quanto existem idades e condições físicas, existem idades e condições espirituais.

É necessário, desse modo, observar os mecanismos gástricos e os mecanismos mentais de cada criatura em si mesma.

Não se administra à criança a alimentação devida ao adulto e não se oferece ao adulto a alimentação artificial da chupeta.

Há doentes que pedem soro para se equilibrarem.

Há enfermos que exigem a transfusão de sangue para fugirem da inanição.

E, em toda a parte, vemos pessoas que ainda não aprenderam a raciocinar por si mesmas, reclamando ideias àqueles que as dirigem, à maneira dos fetos que não podem manobrar os órgãos em formação, esperando sustento, pela endosmose, no claustro maternal em que se corporificam.


Estudemos a posição particular dos companheiros da caminhada humana, oferecendo-lhes a verdade dosada em amor.

A Divina Sabedoria não aprova princípios de violência.

Os próprios pais da Terra esperam, compassivos, pelo crescimento dos filhos, a fim de entregá-los às bênçãos da Natureza, cada qual a seu tempo.

Contudo, porque a vida nos trace a todos o claro dever da tolerância fraterna, ensinando-nos a respeitar os preconceitos dos outros, não temos a obrigação de adorar ou louvar, propagar ou seguir preconceito algum.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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