Seara dos Médiuns

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Capítulo VII

Companheiros


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Reunião pública de 25 de Janeiro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Há muitos companheiros realmente assim…

Declaram-se espíritas.

Proclamam-se convencidos, quanto à sobrevivência.

Relacionam casos maravilhosos.

Exibem apontamentos inatacáveis.

Referem-se, frequentemente, aos sábios que pesquisaram as forças psíquicas.

Andam de experiência em experiência.

Fitam médiuns como se vissem animais raros.

Não alimentam dúvidas quanto aos fatos inabituais no seio da própria família, mas desconfiam das observações nascidas no lar de outrem.

Conversadores primorosos. Anedotistas notáveis. Mas não mostram mudança alguma.

São na convicção o que eram na negação.

Nobres expoentes de cultura intelectual, não estendem migalha de conhecimento superior a quem quer que seja.

Detentores de vantagens humanas, não se dignam ajudar a ninguém.


Felizmente, contudo, temos os companheiros da luta incessante.

Afirmam-se também espíritas. Mas compreendem que o fenômeno, diante da verdade, pode ser considerado à feição de casca no fruto.

Têm os médiuns como pessoas comuns, necessitadas de entendimento e de auxílio.

Sabem que a existência na Terra é como estágio na escola. E, por isso, não perdem tempo. Moram no trabalho constante.

Indulgentes para com todos e severos para consigo mesmos.

Aceitam a justiça perfeita, através da reencarnação, e acolhem no sofrimento o curso preciso ao burilamento da própria alma.

Verificam que o erro dos outros podia ser deles próprios e, em razão disso, não perdem a paciência.

Reconhecendo-se imperfeitos, perdoam, sem vacilar, as imperfeições alheias.

E vivem a caridade como simples dever, aprendendo e servindo sempre.

São esses que Allan Kardec, em sua palavra esclarecida, define como sendo “os espíritas verdadeiros ou, melhor, os espíritas-cristãos”.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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