Seara dos Médiuns

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Capítulo LXXV

Expliquemos


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Reunião pública de 14 de Outubro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Não desconheces que a Doutrina Espírita é a revivescência do Cristianismo em sua pureza.

Nos primeiros tempos do Evangelho, os apóstolos da ideia edificante eram os médiuns da Boa-Nova, espalhando-lhe os ensinos. Hoje, o Espiritismo é a palavra que os complementa.


Disse Jesus: “Necessário vos é nascer de novo.” (Jo 3:7)

Apontemos que o Mestre não se refere apenas ao renascimento simbólico pela atitude, valioso mas insuficiente, e, sim, à reencarnação, em que o Espírito se aprimora de corpo em corpo.


Disse Jesus: “Enquanto não vos tornardes quais crianças, não entrareis no Reino de Deus.” (Mt 18:3)

Esclareçamos que o Mestre não aprova a inexperiência, e sim nos convida à simplicidade, a fim de que possamos viver sem tabus e sem artifícios.


Disse Jesus: “Considerai os lírios do campo que não fiam e nem tecem e, entretanto, Salomão, com toda a sua glória, jamais conseguiu vestir-se como um deles.” (Lc 12:27)

Registremos que o Mestre não apoia a preguiça, em nome da fé, e, sim, dá ênfase justa ao dever cumprido, no qual ninguém precisa assaltar os recursos dos outros, a pretexto de garantir a própria felicidade, porquanto o lírio do campo, onde medre, atende à função que lhe cabe na economia da Natureza.


Disse Jesus: “Quem se humilhar será exaltado.” (Mt 23:12)

Anotemos que o Mestre não encoraja os que se fazem de tolos para senhorear o melhor quinhão na mesa do oportunismo, e, sim, estimula os que se sustentam leais à reta consciência, prosseguindo, sem perturbar os próprios irmãos, no labor que a Providência Divina lhes concede realizar.


Disse Jesus: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal e orai pelos que vos perseguem e caluniam.” (Mt 5:44)

Assinalemos que o Mestre não espera se transformem os discípulos em legião de louvaminheiros dos delinquentes importantes da Terra, e sim nos aconselha a respeitar os adversários pela sinceridade que demonstrem, dando-lhes campo de ação para que façam, melhor que nós, a tarefa em que nos criticam, continuando, de nossa parte, na execução dos compromissos que nos competem, cultivando a paciência praticada por ele mesmo, quando ajudou aos próprios perseguidores, através do exemplo silencioso, sem aplaudir-lhes a crueldade.


Disse Jesus: “Mas aquele Consolador, o Espírito-Santo que meu Pai vos enviará em meu nome, vos esclarecerá em todas as coisas e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito.” (Jo 14:26)

Mostremos que o Mestre não se reporta a acontecimento cósmico em desacordo com as leis naturais, e sim à Doutrina Espírita, pela qual os Espíritos santificados na evolução voltam ao mundo, aclarando as sendas da vida e reafirmando o que ele próprio nos ensinou.


Não faças de tua convicção incenso à idolatria. Recorda que, em Doutrina Espírita, é preciso estudar e aprender, entender e explicar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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