Capítulo XI

Diante do amor


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Um rápido olhar do homem, através do Plano em que evolui, revelar-lhe-á o Amor Divino, que lhe assegura a existência.

A gota d’água, aparentemente esquecida nas entranhas do solo, alimenta o manancial.

O manancial preserva a fonte.

A fonte adere ao grande rio.

O grande rio coopera no equilíbrio do mar.

O mar produz a nuvem.

A nuvem garante a chuva.

A chuva nutre o verme.

O verme aduba a terra.

A terra protege a semente.

A semente mantém a floresta.

A floresta, com a sua riqueza, desdobra-se em utilidades, para a vida.


Para o Homem todas as forças da Natureza trabalham espontaneamente, reconhecendo-o por senhor da inteligência que lhes cabe reverenciar e servir.

O homem, no entanto, em laborioso processo de adaptação às Leis Divinas, ainda não soube aprender com as forças mais simples que o cercam a felicidade de se doar em serviço ao mundo para retomar a si mesmo em nível mais alto, algemado qual se encontra ainda às cristalizações do egoísmo, que dele fazem um rei mendigo, prisioneiro no cárcere das próprias limitações.

Atingindo a razão, o Espírito humano, em milênios de luta, sofre a hipertrofia da intelectualidade mal conduzida, e, desequilibrado em si próprio, pela carência de sentimento e pelo excesso de raciocínios transviados, mais se lhe acentua agora, com os eventos da nova civilização, a forma esfingética em que se confundem nele as fulgurações do anjo e os instintos da besta.

Urge aceitar com Jesus a tarefa de convocar as criaturas ao Amor, sentido, crido, e profundamente vivido, ao preço de nossa própria renunciação, para que os novos tempos nos encontrem sob feições novas.

Outros mundos nos acenam a mais amplos recursos evolutivos e outras humanidades nos convidam à exaltação da consciência cósmica…

A Terra de hoje marcha para a Terra de Amanhã…

Ajustemo-nos à Lei que nos recomenda o Amor a Deus, através do nosso devotamento à todos os seres da Criação e, aprendendo com a Natureza que nos sustenta e socorre, sob os ditames desse mesmo Amor, em nome do próprio Deus, atingiremos o ponto de junção com os nossos irmãos mais evoluídos que já se sublimaram nas Esferas da angelitude.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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