alvorada do reino

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Capítulo XIII

Piedade em casa


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Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a flor da piedade no coração.

Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde estiveres.

No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o cultivo da celeste virtude.

Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem sob o teto que te agasalha.

Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se ausentou por algumas horas.

Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.

Na tarefa de esposo, desculpa a fraqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.

Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha, ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança mental.

Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que as tuas horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxílio.

Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.


Compadece-te sempre.

Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te ainda, ampara e espera, sem reclamar.

Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.

Habituemos-nos a ignorar todo o mal, fazendo todo o bem ao nosso alcance.

A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida, transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante pelo soerguimento do mundo inteiro.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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