Capítulo XIV

Ao irmão afastado


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Dizes-te, por vezes, sob desalento e cansaço e que já não consegues abraçar qualquer tarefa na seara do bem.

Entretanto, no íntimo, a voz da consciência te convida a olvidar desenganos, apagar ressentimentos, varrer amarguras e renovar a própria existência.

O estranho diálogo de ti para contigo prossegue, adentro de ti mesmo e respondes que sofreste decepções, que não encontraste clima adequado à execução das tuas aspirações de ordem superior, que te desencantaste com amigos desorientados em matéria de espiritualidade, e, de outras vezes, acusas-te por erros e quedas, dos quais não te sentes com a precisa coragem de levantar.

Ainda assim, deixa que a consciência te fale ao coração e reergue-te para as atividades do bem.

Qualquer desilusão é apelo à realidade e toda vez em que nos reconhecemos em desacerto, isso é sinal de que estamos progredindo em discernimento.

Não permitas que a ideia de fracasso anule os créditos de tempo, em tuas mãos. Não abandones a certeza de que podes trabalhar e servir, auxiliar e melhorar, renovar e reconstruir.

Se o desânimo te congelou os ideais, acende a chama da esperança, no próprio coração e reinicia a cooperação, nas obras construtivas, das quais te afastaste, impensadamente. Se paraste na trilha do progresso, retoma a própria marcha, em demanda ao alvo por atingir.

Não acredites em derrota e nem te admitas incapaz de ser útil.

Esquece agravos, preterições, ressentimentos e tristezas inúteis, buscando caminho à frente.

Se a Divina Providência não acreditasse em tua capacidade de elevação e refazimento, já teria cassado as tuas possibilidades de serviço na Terra.

Pensa na vida imperecível e oferece uma nova oportunidade a ti mesmo, procurando reaprender e recomeçar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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