Capítulo II

Vencer


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Quando te empenhes a penetrar mais profundamente nos domínios da filosofia do otimismo, premune-te contra a virtude vazia que surge por flor estéril na trepadeira da falsa superioridade.

Sem dúvida, é imperioso te guardes no pensamento positivo da confiança em Deus e em ti mesmo.

À maneira de viajante na travessia do rio da vida; que será de ti, se não controlas o leme do teu barco, orientando-lhe os movimentos em rumo certo?

Reflete, porém, nas leis do equilíbrio e considera a interdependência na qual todos vivemos.

Triunfarás na realização dos elevados propósitos que te animem, entretanto, triunfarás para estender as mãos aos vencidos a fim de que se refaçam e venham igualmente lidar na edificação do bem de todos; disporás de recursos que te garantam abastança e reconforto, no entanto, saberás dividi-los com os irmãos da retaguarda, ainda incapazes de competir no campo da inteligência, na conquista das vantagens que já consegues usufruir; premiar-te-ás com os tesouros da cultura, todavia, saberás descer da torre do conhecimento a que te guindaste, de modo a ensinar o caminho da luz aos que bracejam nas sombras da ignorância; instalarás a alegria na própria alma, no entanto, acenderás a esperança no coração dos infelizes que te compartilham a marcha.

Aspiras a vencer e vencerás; mas lembra-te de que vencer sem abrir os caminhos da vitória para os outros é avançar para o tédio da inutilidade sob o frio da solidão.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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