…Até o Fim dos Tempos

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CAPÍTULO 18

Os sinais do sofrimento

Ao tempo de Jesus, o Templo de Salomão era uma das mais belas construções existentes, em plena magnificência.

Erguido, inicialmente por Salomão, de quem herdou o nome mais tarde, substituído por Jerusalém, pela sua localização, foi construído com requintes de luxo, desde as madeiras preciosas até os mármores que deslumbravam.

Erigido no século X a. C., foi destruído pelos caldeus mais tarde, em 583 a. C., deixando desolados os hebreus.

Novamente levantado pelos judeus, que vieram do exílio da Babilônia, foi terminado por Zorbatel, em 516 a. C., que o ornamentou com ouro e colunas deslumbrantes, enquanto governador da Judeia.

Por fim, foi reedificado e embelezado por Herodes, que o dotou de máxima glória como edificação arquitetônica incomum, entre as anos 20:10 a. C., com madeiras de cedro do Líbano e painel de ouro à entrada, expressando a grandeza de Nova Era.

Somente no ano 64 d. C., seria concluído, para ser novamente destruído, logo depois, por Tito, que assim humilhou o povo judeu, reduzindo-o à posição de galé e impondo a Diáspora. . .

Era, no entanto, a glória do povo eleito. Ali se decidiam as questões relevantes da fé, da política e da economia do país.

O Sumo-sacerdote era autoridade de destaque na comunidade, respeitado e orgulhoso, exercendo poderes religiosos, sociais e administrativos quase absolutos.

Vez por outra Jesus entrou nele durante Seu Ministério.


* * *

Aproximavam-se os momentos decisivos. A onda de intriga avolumava-se e os espiões de vários matizes buscavam surpreendê-lo em falta real ou imaginária para O denunciarem.

Os Seus passos eram seguidos à socapa e Suas palavras eram adulteradas, de modo a atenderem aos fins escusos dos Seus futuros verdugos.

Ele permanecia, no entanto, impertérrito.

A Verdade nEle era tão natural, que não a podiam dissociar da Sua vida.

Todos os acontecimentos sucediam-se com inteireza, sem interrupção.

À semelhança do Dia nos seus vários ciclos de amanhecer, plenitude e crepúsculo, Ele se encontrava no píncaro da realização, preparando-se para iniciar o período de sombras-luz, nas grandes dores e tribulações.

Ninguém passa pelo mundo físico sem experimentar os ferretes da condição de inferioridade do planeta, assim como daqueles que o habitam.

A aflição é fenômeno comum a todos e ninguém se lhe exime à presença.

Os amigos encontravam-se jubilosos por estarem em Jerusalém.

A cidade santa constituía orgulho para todas as raças e viver nela era honra imerecida;

passar pelas suas venerandas ruas significava estar perto da Divindade, pois que ali estavam o Templo e a Arca da Aliança. . .

Jesus não se fascinava. Aos outros Ele deslumbrava. Superior à Sua época e a todas as eras, vestira-se com a singeleza da humildade, a fim de erguer os homens ao cintilar das estrelas.


Naquele dia, ao saírem do santuário, Ele e Seus discípulos, estes, comovidos, exclamaram:

—Senhor. . . vede que pedras e que construções Referiam-se aos imensos blocos de diversas toneladas que constituíam a edificação opulenta.


O Senhor olhou o grandioso edifício e respondeu:

—Vede essas grandiosas construções?

Em verdade, em verdade vos digo, que não ficará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.

O espanto se manifestou nos companheiros, que se sentiram desapontados, agoniados.


Logo depois, ensimesmados, no monte das Oliveiras, fronteiro ao santuário, traduzindo a inquietação de todos, Simão Pedro, Tiago e João indagaram-lhe:

—Diz-nos quando tudo isso acontecerá e qual o sinal a anunciar que essas coisas estão próximas.

Adentrando-se no futuro e aquilatando a pusilanimidade humana, os desalinhos morais, as ambições desregradas e as paixões sanguessudentas, com o tom melancólico o Mestre enunciou o Sermão profético, apocalíptico.

Ante Sua visão transcendente, desfilavam os acontecimentos histórico que assinalariam as épocas do futuro.

O Tempo, depois de destruído, passaria a sofrer diversos assaltos até 150, quando os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém, dali expulsos em definitivo.

Tito os houvera crucificado ao milhares em 70, e mandou sitiar a fortaleza de Massada, por dois anos, até a sua rendição total, face ao suicídio geral dos mais ortodoxos e zelotas que para lá fugiram após a destruição de Jerusalém.

O Mestre via, naquele momento, o nascer, florescer e morrer de civilizações e culturas diversas, que as guerras e os tempos consumiriam. . .


Apiedado dos homens e das suas vaidades de pequena duração, referiu-se:
—Acautelai-vos para que ninguém vos iluda. Surgirão muitos com o meu nome, dizendo: -

Sou eu. - E seduzirão a muitos. Quando ouvirdes falar de guerras e de rumores de guerras, não vos alarmeis; é preciso que isso aconteça, mas não será o fim. Erguer-se-ão povo contra povo e reino contra reino; haverá terremoto em vários lugares, haverá fome. Isso é o princípio das dores.


" Estai vigilantes!"
Houve um grande silêncio, e logo prosseguiu:

—Sereis açoitados diante de reis e magistrados por amor de mim. Irmão entregará irmão e os pais seus filhos, enquanto estes os denunciarão sem clemência. . . Mas antes deveis proclamar a Boa Nova a todas as nações.


" As dores alcançarão incomparável índice de aberração e as calamidades serão de tal monta, que não haverá tempo para fugas. "
" Quem estiver na Judeia não terá como correr para o campo. Quem estiver nos telhados, não poderá descer. "

Silenciou por um pouco, novamente, diminuindo a gravidade da narrativa.

Ele antevia as desgraças da irradiação atômica e da fissão nuclear, das guerras de extermínio recentes.

As terríveis epidemias medievais e os truanescos conflitos de raças e de religião eram detectados desde então.


Voltando ao esclarecimento, acentuou:
" - Ai das grávidas desses dias e dos peitos que amamentarem. "
"Naquela ocasião que há de vir, o Sol perderá sua luz, as estrelas cairão sobre a Terra e a Lua se cobrirá de sangue. "

Percebia a alucinada carreira armamentista das atuais grandes Nações, sonhando em tornar a lua uma base para disparar mísseis.

As grandes trevas que dominariam o Sol, quando se ergueram os cogumelos das explosões atômicas, atemorizando o mundo e marcando vidas com sinais irreversíveis da contaminação nuclear, eram previstos naquele momento.

Também descortinou a queda de estrelas sobre o planeta em treva - os Espíritos de Luz que vieram preparar a Era Nova e instalar o reino de Deus. . .


Após larga reflexão, concluiu:

" - Então vereis o Filho do Homem em toda a Sua glória, pairando acima dos escombros e coroando os justos com a paz. O que vos digo a vós, digo-o a todos. Vigiai!

Anunciados os torpes acontecimentos que visitariam a humanidade dos tempos futuros, Jesus envolveu os discípulos ingênuos em uma onda de ternura e confiança, asserenando-os com palavras de estímulo e fé.


" - Aqueles que perseverarem fiéis - assegurou-lhes - serão poupados. "

A fé rutilante, vivida integralmente, conduz com equilíbrio e poupa a criatura da desnecessária aflição, mesmo porque luariza a alma, equipando-as de energias e forças para operar as ocorrências dilaceradoras.

Perseguindo os ideais de enobrecimento, o homem supera-se a si mesmo e arrosta quaisquer consequências infelizes com ardor, sem dar-se conta do preço a pagar pela honra de imolar-se, dos testemunhos a enfrentar pela felicidade de ser fiel.

Jerusalém cobria-se de sombras lentamente, e as estrelas coruscavam de longe, enormes como gigantescos crisântemos de luz, enquanto o silêncio da natureza era musicado pelas onomatopeias.

Contemplando a cidade, orgulhosa e infeliz, adormecendo, Jesus e os Seus avançavam no futuro e anteviam a Jerusalém libertada nas almas, sem construções suntuosas de pedra, que o tempo derruba, nem opulência, que perde o valor na sucessão dos evos.

Na memória dos séculos estão as ruínas do grandioso Templo, quase imperceptíveis em Jerusalém, que o Mestre previu desaparecer.

Das famosas oliveiras do monte fronteiriço, após a devastação determinada por Tito, que as derrubou, para transformá-la em cruzes, restam apenas três, atormentadas e retorcidas como os povos que ali têm passado até hoje. . .


Marcos 13:1-37



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Marcos 13:1

E, SAINDO ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!

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Marcos 13:2

E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada.

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Marcos 13:3

E, assentando-se ele no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:

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Marcos 13:4

Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.

mc 13:4
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Marcos 13:5

E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane;

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Marcos 13:6

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

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Marcos 13:7

E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.

mc 13:7
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Marcos 13:8

Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isto será o princípio de dores.

mc 13:8
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Marcos 13:9

Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; sereis açoitados, e sereis apresentados ante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho.

mc 13:9
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Marcos 13:10

Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as gentes.

mc 13:10
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Marcos 13:11

Quando pois vos conduzirem para vos entregarem, não estejais solícitos d?antemão pelo que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.

mc 13:11
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Marcos 13:12

E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.

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Marcos 13:13

E sereis aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim esse será salvo.

mc 13:13
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Marcos 13:14

Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judeia fujam para os montes.

mc 13:14
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Marcos 13:15

E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa;

mc 13:15
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Marcos 13:16

E o que estiver no campo não volte atrás, para tomar o seu vestido.

mc 13:16
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Marcos 13:17

Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias!

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Marcos 13:18

Orai pois, para que a vossa fugida não suceda no inverno;

mc 13:18
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Marcos 13:19

Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.

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Marcos 13:20

E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias.

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Marcos 13:21

E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis.

mc 13:21
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Marcos 13:22

Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.

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Marcos 13:23

Mas vós vede; eis que d?antemão vos tenho dito tudo.

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Marcos 13:24

Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.

mc 13:24
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Marcos 13:25

E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.

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Marcos 13:26

E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.

mc 13:26
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Marcos 13:27

E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.

mc 13:27
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Marcos 13:28

Aprendei pois a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão.

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Marcos 13:29

Assim também vós, quando virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas.

mc 13:29
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Marcos 13:30

Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam.

mc 13:30
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Marcos 13:31

Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.

mc 13:31
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Marcos 13:32

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.

mc 13:32
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Marcos 13:33

Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.

mc 13:33
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Marcos 13:34

É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse.

mc 13:34
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Marcos 13:35

Vigiai pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã,

mc 13:35
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Marcos 13:36

Para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.

mc 13:36
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Marcos 13:37

E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai.

mc 13:37
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