Calma
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Se dificuldades e provações te visitam no relacionamento com o próximo, não te permitas requentar mágoas no coração.
Deixa que a confiança na Sabedoria Divina te dissipe qualquer sombra do pensamento, lembrando o Sol a desfazer nuvens diariamente para vitalizar e revitalizar os processos da vida.
Para isso, é imperioso que a compreensão te presida os impulsos. E a compreensão te fará saber que os outros são criaturas autônomas, gravitando sempre na direção de objetivos diferentes dos teus. A certeza disso te livrará da solidão negativa, capaz de induzir-te a desânimo e desespero.
A verdade nos ensina que ninguém realiza o bem e nem caminha para o bem, sem os outros, mas porque isso aconteça, ninguém pode exigir que os outros lhe carreguem a existência, nas sendas a percorrer.
Os outros serão nossos cooperadores, intérpretes, associados e companheiros, enquanto isso se lhes faça possível, ocorrendo o mesmo conosco, em relação a eles.
À vista disso, ama aos amigos sem prendê-los.
Esse terá sido o sustentáculo de tuas esperanças, por muito tempo; entretanto, é possível surja um dia em que não consiga permanecer inteiramente ao teu lado, em face de novas tarefas que lhe despontam na senda.
Outro te entendia os propósitos, até ontem; no entanto, experiências, que se lhe fizeram necessárias, alteraram-lhe provisoriamente os raciocínios.
Aceita-os quais se mostram, continuando a agir no exercício do bem e seguindo adiante na construção da vida melhor em ti mesmo.
Ninguém aprende algo de bom e nem melhora a si mesmo sem os outros, mas ninguém pode depender totalmente dos outros nas realizações que demande.
Nos momentos de mudança e renovação para aqueles a quem mais amas, afasta de ti a ideia de separação e não te lastimes.
Prossegue trabalhando, porque, pelos Desígnios da Vida Superior, outros virão ao teu encontro para a execução das tarefas que o mundo te conferiu e os que se afastam de ti voltarão depois, com mais força de amor, a fim de te auxiliarem ou serem auxiliados.
A verdade não se deteriora.
Somente perde os seres queridos aquele que possessivamente os procura, quando se fazem distantes, porquanto quem ama, ama sempre, e de tal modo que, ainda mesmo quando os corações amados se distanciam, o coração que ama prossegue amando-os e abençoando-os, sabendo conscientemente que, pelas forças do espírito, jamais deles se afastará.
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