Capítulo V

Serenidade e paciência


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No sentido de preservar a própria paz, é indispensável nos disponhamos a manter criteriosa atenção sobre nós mesmos.

O conflito de resultados inavaliáveis pode surgir da explosão de sentimentos descontrolados; entretanto, não se obtém a paz sem esforço.

Quem acredite no imaginário valor da desinibição despropositada, no intuito de garantir o equilíbrio próprio, observe a força elétrica desorientada ou o trânsito sem disciplina.

Ninguém possui uma serenidade que não construiu. Daí, o impositivo da vigilância em nós próprios. Não se trata de prevenção contra ninguém e sim de autogoverno.

Para semelhante realização, ser-nos-á justo enfileirar certas obrigações primordiais que se nos mostram por alicerces da consciência tranquila.

Compreendamos que somos colocados, uns à frente dos outros, a fim de aperfeiçoar-nos.

Abracemos as iniciativas de concórdia sem esperar que determinadas pessoas venham a promovê-las.

Pelos erros alheios que claramente nos preocupem, examinemos os nossos com a sincera resolução de corrigi-los.

Não nos aborreçamos com o trabalho que a vida nos confia, de vez que, através dele, é que atingiremos a promoção justa na escala de valores da vida.

Nunca nos esqueçamos de que a eficiência não se harmoniza com a pressa, mas não se fará vista sem apoio na diligência.


Convém lembrar que os nossos ouvidos podem ser transformados em extintores do mal, todas as vezes em que o mal nos procure.

Aceitemos a realidade de que o próximo não tem a nossa formação e saibamos respeitar cada criatura na posição em que se encontre.

Em suma, a serenidade não é uma aquisição espiritual que se faça em toque de mágica e sim, através do trabalho, muitas vezes, duro e áspero da paciência em ação.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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