Capítulo XVIII

Acerto de contas


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O companheiro terá tido estranho comportamento, agredindo-te ou prejudicando-te.

Não te dês a reações precipitadas, sob o pretexto de justificar-te.

Imagina-te, antes de tudo, em lugar dele.


Como te desinibirias, se tivesses uma pessoa querida, avizinhando-se da morte?

Que comportamento seria o teu, ante determinada moléstia que te corroesse o corpo, num momento em que alguém te lembrasse o peso de uma dívida?


Se te vês à frente de um louco não podes ignorar que será impossível curá-lo com marteladas na cabeça.

Diante de um prejuízo material, mesmo de grandes proporções, se podes sustentar-te sem que o devedor consiga solvê-lo, mais vale esperar que provocar um rompimento de consequências imprevisíveis.

Pensa nas ocasiões em que corações amigos te haverão desculpado as próprias faltas.

Medita nas pessoas queridas para as quais, muitas vezes, terás de impetrar a benevolência dos outros, algumas vezes, até mesmo desses outros a quem talvez pretendas constranger com desafios e exigências.

Em qualquer acerto de contas, medita na extensão das nossas dívidas para com Deus e asserena-te, na certeza de que, acima de todos os conflitos, a paciência vale mais.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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