Capítulo XXII

Conquista de paz


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Em muitas ocasiões, especialmente quando se te agravam as situações difíceis, perguntas a esmo, como conquistar serenidade, de maneira a varar os percalços do dia a dia.

Imagina-te no lugar daqueles que se te fazem motivos de irritação e examina-te um tanto mais.


Se, em teu grupo de trabalho, desempenhasses a função do chefe, atormentado de problemas e conflitos, estarias talvez em mais duras condições de intemperança mental, quando isso acaso acontecesse.

Caso te visses na posição do subalterno, faceando, às vezes, amargos dramas domésticos, é provável evidenciasses mais lentidão no serviço a fazer, quando isso viesse a suceder.

Considerando a possibilidade de seres o doente que te incomoda, quando isso se verifique, decerto não te reconhecerias com menos intolerância diante do sofrimento.

Na hipótese de haveres sofrido as longas tentações da criatura julgada em erro, é possível houvesses descido a mais baixo nível.

Se te notasses na posição enfermiça da pessoa que te ofendeu, ignoras se não terias ferido alguém com mais ímpeto.


Analisemo-nos, através das lentes da introspecção e reconhecer-nos-emos imensamente distantes da condição dos anjos. Isso nos ensinará que os companheiros com os quais convivemos nem sempre conseguirão apresentar, por enquanto, qualidades que ainda não possuímos e raciocínios mais profundos nos farão sentir a necessidade de calma e tolerância, de uns para com os outros, em todos os momentos inquietantes da vida.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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