Caminho Espírita

Versão para cópia
Capítulo I

Tua lâmpada


Temas Relacionados:

Tua fé viva! — tua lâmpada.

Zelarás por tua lâmpada para que as perturbações do caminho não te mergulhem nas trevas.

O serviço é a chama que lhe define a vida, a compaixão é o óleo que a sustenta.

Clareia a estrada para os que se acolhem na sombra e segue adiante!…


Vê-los-ás tresmalhados no grande tumulto… Entre eles, encontramos:

os que se julgam em liberdade, quando não passam de cativos da ignorância e do ódio;

os que deliram na ambição desregrada, pisando o cairel de pavorosas desilusões;

os que estadeiam soberbia nas eminências do mundo, admitindo-se encouraçados de poder, sem perceberem o abismo que os espreita;

os que fizeram da vida culto incessante a todos os excessos e para quem a morte breve surgirá por freio de contenção…


E com eles se agitam aqueles outros que desprezaram as vantagens do sofrimento, transformando o benefício da dor em cárcere de revolta;

os que descreram do trabalho e se enredaram no crime;

os que desertaram da consciência atirando-se ao fogo do remorso e os que perderam a fé, incapazes de sentir a bênção de Deus que lhes brilha no coração!…


Unge de amor o pensamento transviado de todos os que se demoram na retaguarda, enlouquecidos por sinistros enganos e derrama o bálsamo do conforto nas feridas abertas de quantos se afligem na estrada, sob a névoa do desespero!…

Para isso, não contes dificuldades, nem relaciones angústias. Auxilia e ama sempre.


Se garras de incompreensão ou de injúria te assaltarem na marcha, entrega os tesouros que carregas, abençoando as mãos que te firam ou te despojem, mas alça a tua flama de confiança e caminha.

Cada golpe desferido na alma é renovação que aparece, cada espinho que se nos enterra na carne do sonho é flor de verdade a enriquecer-nos o futuro, cada lágrima, vertida nos alimpa a visão!…


Tua fé viva! — tua lâmpada!…

Faze-a fulgir, acima de tuas próprias fraquezas, para que, um dia, possas transfigurá-la em estrela de eterna alegria, nos cimos da Grande Luz.




(Anuário Espírita 1966)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

Este texto está incorreto?