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Capítulo XVII

Luminosa bênção


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Simbolizamos no Plano Físico a presença de grande Universidade.

Da Vida Espiritual — a vida verdadeira — procedem os alunos, ou mais propriamente considerando, as criaturas que nascem nos lares humanos.

Antes, porém, da corporificação no berço terrestre, quantos já desfrutem a faculdade de escolher o currículo de lições determinadas, solicitam matrícula nos institutos da reencarnação, no encalço de realizações das quais se julgam necessitados, quanto ao próprio burilamento.

As matérias professadas são as mais diversas.

Temos aqueles que insistem pelo renascimento no berço de extremada penúria, a fim de que o aguilhão da necessidade lhes auxilie a descobrir a alegria de trabalhar.

Surgem os que requisitam deformidades no corpo, no intuito de instalar a luz da humildade por dentro de si.

Surpreendemos os que pedem moléstias congênitas e irreversíveis, visando a correção de hábitos infelizes nos quais se desvairaram em outras estâncias do tempo.

Aparecem os que rogam tribulações difíceis de suportar, procurando acumular fortaleza de espírito.

Repontam, aqui e ali, os que solicitam inibições no campo afetivo, no objetivo de buscarem a sublimação dos próprios sentimentos.

E existem aqueles muitos outros que imploram retorno à presença de antigos desafetos, a eles se prendendo nas teias da consanguinidade, intentando aprender perdão e tolerância nos recessos do lar.

Obtidas as concessões, começam as providências que as efetivem a benefício dos candidatos, entretanto, muitos aprendizes recuam diante dos obstáculos, entrando em conflitos de consciência.

No íntimo, sabem-se famintos de valores espirituais como sejam a paciência e a humildade, a coragem e a firmeza de caráter, o espírito de renúncia e a compreensão mas retomam instintivamente os estados negativos em que se emaranharam em muitas das existências passadas, surgindo, depois, mais endividados perante a contabilidade da vida.


Se te encontras na Terra num processo assim de aperfeiçoamento e resgate, asserena o coração refletindo na perenidade da vida e pede forças a Deus em oração para que não te afastes do rumo certo.

E, longe de troféus passageiros, suscetíveis de te enganarem nas exterioridades da existência humana, reconhecerás, no imo do próprio ser, que estás conquistando, pouco a pouco, tesouros imperecíveis de paz e de alegria trabalhando e servindo, sempre com a bênção luminosa da aceitação.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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