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Capítulo XXXIII

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“E dizendo: Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões.” (Atos 14:15)


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“E dizendo: Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões.” — (At 14:15)


O grito de Paulo e Barnabé ainda repercute entre os aprendizes fiéis.

A família cristã muita vez há desejado perpetuar a ilusão dos habitantes de Listra.

Os missionários da Revelação não possuem privilégios ante o espírito de testemunho pessoal no serviço. As realizações que poderíamos apontar por graça ou prerrogativa especial, nada mais exprimem senão o profundo esforço deles mesmos, no sentido de aprender e aplicar com Jesus.

O Cristo não fundou com a sua doutrina um sistema de deuses e devotos, separados entre si; criou vigoroso organismo de transformação espiritual para o bem supremo, destinado a todos os corações sedentos de luz, amor e verdade.

No Evangelho, vemos Madalena arrastando dolorosos enganos, Paulo perseguindo ideais salvadores, Pedro negando o Divino Amigo, Marcos em luta com as próprias hesitações; entretanto, ainda aí, contemplamos a filha de Magdala, renovada no caminho redentor, o grande perseguidor convertido em arauto da Boa Nova, o discípulo frágil conduzido à glória espiritual e o companheiro vacilante transformado em evangelista da Humanidade inteira.

O Cristianismo é fonte bendita de restauração da alma para Deus.

O mal de muitos aprendizes procede da idolatria a que se entregam, em derredor dos valorosos expoentes da fé viva, que aceitam no sacrifício a verdadeira fórmula de elevação; imaginam-nos em tronos de fantasia e rojam-se-lhes aos pés, sentindo-se confundidos, inaptos e miseráveis, esquecendo que o Pai concede a todos os filhos as energias necessárias à vitória.

Naturalmente, todos devemos amor e respeito aos grandes vultos do caminho cristão; todavia, por isto mesmo, não podemos olvidar que Paulo e Pedro, como tantos outros, saíram das fraquezas humanas para os dons celestiais e que o Planeta Terreno é uma escola de iluminação, poder e triunfo, sempre que buscamos entender-lhe a grandiosa missão.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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