Capítulo XVIII

Construindo sempre


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Se procuras ensejo para realizar-te, em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

No trabalho, não somente surpreenderás o caminho do aprimoramento próprio, mas igualmente a ginástica do espírito, conferindo-te sustentação e segurança.

Lembra as águas estagnadas, o arado ocioso sob a ferrugem, a terra de qualidade, quando entregue ao mato inculto e os móveis abandonados que a poeira consome.

Mantém-te na melhor forma de auxiliar e socorrer, elevar e construir.

No mundo, o inesperado vigia sempre.

Indispensável afiar os instrumentos da emoção para facear os imprevistos que apareçam, quando as ocorrências sejam de molde a espancar-te a sensibilidade.

O trabalho é a única força capaz de adestrar-nos para vencer nos encargos que a vida nos imponha.

Sem atividade que a dignifique, a própria riqueza amoedada assemelha-se à múmia emparedada no cofre, tanto quanto a cultura que não ampara os outros é uma luz escondida sem proveito para ninguém.

Não te iludas. Por muito serenas se mostrem as águas em que navegamos, a tempestade virá, um dia, testar-nos a resistência e a coragem, a criatividade e a compreensão.

Necessário exercitar as próprias energias, aprender algo mais, aperfeiçoar o que se sabe e caminhar adiante.

Seja qual for a estrada em que te encontres, não te marginalizes. Age e serve.

Se dificuldades maiores te alvejam o espírito, não te detenhas porque as circunstâncias te hajam colocado num labirinto de problemas dos quais ainda não conheces a estrutura. Prossegue trabalhando e a mais difícil de todas as soluções se te surgirá.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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