Capítulo VI

Paciência e raciocínio


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Auxílio amoedado e promoção social constituem por si valioso amparo, significando créditos que te impulsionam para respeitabilidade e progresso.

Existe, no entanto, uma fonte de apoio, em ti mesmo, que te livrará de muitas calamidades suscetíveis de te arruinarem a vida, partindo da vida íntima.

Referimo-nos à paciência que podes sustentar contigo à feição de sentinela silenciosa.

Não nos esqueçamos, porém, de que semelhante virtude pode ser comparada a uma planta que tão somente se desenvolve no terreno da compreensão.

Não bastará, por isso, tolerar sem raciocinar para que a paciência permaneça conosco.

Diante das crises que te visitem no dia a dia, coloca-te no lugar daqueles que se fizeram instrumentos de inquietação.


Terás sofrido ofensas…

Pensa, porém, nos problemas que agitavam o espírito do agressor incapaz de aguentar a si mesmo, nos momentos de angústia.


Impuseram-te prejuízos materiais…

Imagina o estado de penúria ou de ignorância daqueles que te situaram no cipoal da aflição e compadece-te deles que adquirem pesares e lutas para a dor do arrependimento.


Traíram-te a confiança…

Considera a enfermidade ou a obsessão dos seres amados que se hajam, talvez, agravado ao ponto de te ferirem e te esquecerem.


Cercaram-te de injúrias…

Medita na perturbação dos amigos ou adversários que adotaram comportamento infeliz, entrando em dívidas escabrosas com que se defrontarão, um dia.


Alguém te humilhou os entes mais caros…

Pondera o desequilíbrio dos que tombaram na delinquência sem refletir que estão comprando provas e lágrimas com que seguirão nas veredas da culpa.


Recordemos:

Paciência raciocinada é a paciência que não se perde.


Cultiva no coração essa fonte de bênçãos, ante as dificuldades e experiências da vida e conquistarás a serenidade a se te converter, por fim, em paz de espírito.

Daí por diante, caminharás para a frente nos domínios da evolução, compreendendo em definitivo quanto vale o amor na garantia da vida, estendendo o bem e extinguindo as trevas.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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