O Céu e o Inferno
Versão para cópiaCapítulo VI

Espíritos Endurecidos
Segunda Parte • Exemplos • UM ESPÍRITO ABORRECIDO • (Bordéus, 1
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Este Espírito apresenta-se espontaneamente ao médium, reclamando preces.
- Resposta: Estou farto de vagar sem objetivo.
- Pergunta: Estais há muito em tal situação?
- Resposta: Faz cento e oitenta anos mais ou menos.
- Pergunta: Que fizestes na Terra?
- Resposta: Nada de bom.
- Resposta: Estou entre os entediados.
- Pergunta: Mas isso não forma categoria...
- Resposta: Entre nós, tudo forma categoria. Cada sensação encontra suas semelhantes, ou suas simpatias que se reúnem.
- Resposta: É que eu estava votado ao tédio, que entre nós é um sofrimento. Tudo o que não é alegria, é dor.
- Pergunta: Fostes, pois, forçado à erraticidade contra a vontade?
- Resposta: São coisas sutilíssimas para vossa inteligência material.
- Pergunta: Procurando explicar-me essas coisas, talvez comeceis a beneficiar-vos a vós mesmos...
- Resposta: Faltando-me termos de comparação, não poderei fazê-lo. Uma vida sem proveito, extinguindo-se, lega ao Espírito, que a encarnou, o mesmo que ao papel pode legar o fogo quando o consome - fagulhas, que lembram às cinzas ainda compactas a sua proveniência, a causa do seu nascimento, ou, se o quiseres, da destruição do papel. Essas fagulhas são a lembrança dos laços terrestres que vinculam o Espírito, até que este disperse as cinzas do seu corpo. Então, e só então, tem ele, eterizada essência, o conhecimento de si mesmo, desejando o progresso.
- Resposta: conseqüências da existência. O tédio é filho da inação; por não ter eu sabido utilizar o longo tempo de encarnação, as conseqüências vieram refletir-se neste mundo.
- Resposta: Não, nem sempre, porque o tédio lhes paralisa a vontade. Sofrem as conseqüências da vida que levaram, e, como foram inúteis, desprovidos de iniciativa, assim também não encontram entre si concurso algum. Entregues a si mesmos, nesse estado permanecem, até que o cansaço, decorrente de tal neutralidade, os agite em sentido contrario, momento no qual a sua menor vontade vai encontrar apoio e bons conselhos e secundar-lhes o esforço e a perseverança.
- Resposta: Oh! Deveis compreender que pouco me é dadodizer, visto como o tédio, a nulidade e a inação provêm da preguiça, que, por sua vez, é mãe da ignorância.
- Resposta: Sim, todas, porém, parcamente, visto serem reflexos umas das outras. O progresso existe sempre, porém tão insensível que se nos torna inapreciável.
- Resposta: Evocai-me para me obrigardes a vir, pois com isso me prestareis um beneficio.
- Resposta: Porque interrogais muito, o que aliás me fatiga, quando tenho necessidade de auxilio. O guia do médium. - O trabalho intelectual é que o fatiga, obrigando-nos a prestar o nosso concurso para que possa dar resposta às tuas perguntas. Este é um ocioso no mundo espiritual, assim como o foi no planeta. Trouxemo-lo a ti para que tentasses arrancá-lo dessa apatia, desse tédio que constitui verdadeiro sofrimento, às vezes mais doloroso que os sofrimentos agudos, por se poder prolongar indefinidamente. Imagina a perspectiva de um tédio sem-fim. A maior parte das vezes são os Espíritos dessa categoria que buscam as vidas terrestres apenas como passatempo e para interromper a monotonia da vida espiritual. Assim acontece aí chegarem freqüentemente sem resoluções definidas para o bem, obrigados a recomeçarem sucessivamente, até atingirem a compreensão do verdadeiro progresso.
1
Que vos leva a pedir preces?- Resposta: Estou farto de vagar sem objetivo.
- Pergunta: Estais há muito em tal situação?
- Resposta: Faz cento e oitenta anos mais ou menos.
- Pergunta: Que fizestes na Terra?
- Resposta: Nada de bom.
2
Qual a vossa posição entre os Espíritos?- Resposta: Estou entre os entediados.
- Pergunta: Mas isso não forma categoria...
- Resposta: Entre nós, tudo forma categoria. Cada sensação encontra suas semelhantes, ou suas simpatias que se reúnem.
3
Por que permanecestes tanto tempo estacionário, sem que fosseis condenado a sofrer?- Resposta: É que eu estava votado ao tédio, que entre nós é um sofrimento. Tudo o que não é alegria, é dor.
- Pergunta: Fostes, pois, forçado à erraticidade contra a vontade?
- Resposta: São coisas sutilíssimas para vossa inteligência material.
- Pergunta: Procurando explicar-me essas coisas, talvez comeceis a beneficiar-vos a vós mesmos...
- Resposta: Faltando-me termos de comparação, não poderei fazê-lo. Uma vida sem proveito, extinguindo-se, lega ao Espírito, que a encarnou, o mesmo que ao papel pode legar o fogo quando o consome - fagulhas, que lembram às cinzas ainda compactas a sua proveniência, a causa do seu nascimento, ou, se o quiseres, da destruição do papel. Essas fagulhas são a lembrança dos laços terrestres que vinculam o Espírito, até que este disperse as cinzas do seu corpo. Então, e só então, tem ele, eterizada essência, o conhecimento de si mesmo, desejando o progresso.
4
Qual poderia ter sido a causa desse aborrecimento de que vos acusais?- Resposta: conseqüências da existência. O tédio é filho da inação; por não ter eu sabido utilizar o longo tempo de encarnação, as conseqüências vieram refletir-se neste mundo.
5
Os Espíritos que, como vós, foram tomados de tédio, não podem libertar-se de tal contingência desde que o desejem?- Resposta: Não, nem sempre, porque o tédio lhes paralisa a vontade. Sofrem as conseqüências da vida que levaram, e, como foram inúteis, desprovidos de iniciativa, assim também não encontram entre si concurso algum. Entregues a si mesmos, nesse estado permanecem, até que o cansaço, decorrente de tal neutralidade, os agite em sentido contrario, momento no qual a sua menor vontade vai encontrar apoio e bons conselhos e secundar-lhes o esforço e a perseverança.
6
Podeis dizer-me algo da vossa existência terrena?- Resposta: Oh! Deveis compreender que pouco me é dadodizer, visto como o tédio, a nulidade e a inação provêm da preguiça, que, por sua vez, é mãe da ignorância.
7
E não vos aproveitaram as existências anteriores?- Resposta: Sim, todas, porém, parcamente, visto serem reflexos umas das outras. O progresso existe sempre, porém tão insensível que se nos torna inapreciável.
8
Enquanto esperais uma nova encarnação, apraz-vos repetir as vossas comunicações?- Resposta: Evocai-me para me obrigardes a vir, pois com isso me prestareis um beneficio.
9
Podeis dizer-nos por que tão freqüentemente varia a vossa caligrafia?- Resposta: Porque interrogais muito, o que aliás me fatiga, quando tenho necessidade de auxilio. O guia do médium. - O trabalho intelectual é que o fatiga, obrigando-nos a prestar o nosso concurso para que possa dar resposta às tuas perguntas. Este é um ocioso no mundo espiritual, assim como o foi no planeta. Trouxemo-lo a ti para que tentasses arrancá-lo dessa apatia, desse tédio que constitui verdadeiro sofrimento, às vezes mais doloroso que os sofrimentos agudos, por se poder prolongar indefinidamente. Imagina a perspectiva de um tédio sem-fim. A maior parte das vezes são os Espíritos dessa categoria que buscam as vidas terrestres apenas como passatempo e para interromper a monotonia da vida espiritual. Assim acontece aí chegarem freqüentemente sem resoluções definidas para o bem, obrigados a recomeçarem sucessivamente, até atingirem a compreensão do verdadeiro progresso.
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