Florações Evangélicas

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CAPÍTULO 3

CRISTO EM CASA

Contrapondo-se à onda crescente da loucura que irrompe avassaladora de toda parte, e domina, penetrando os lares e os destroçando, o Evangelho de Jesus, hoje como no passado, abre larga faixa para a esperança, facultando a visão de um futuro promissor onde os desassossegos do coração não terão ensejo de medrar. A par da lascívia e do moderno comércio do erotismo, que consomem as mais elevadas aspirações humanas na 1ndústria da devassidão, as sementes luminosas da Boa Nova, plantadas na intimidade do conjunto familiar, desdobram-se em embriões de amor que enriquecem os espíritos de paz, recuperando os homens portadores das enfermidades espirituais de longo curso e medicando-os com as dádivas da saúde. Enquanto campeia a caça desassisada aos estupefacientes e barbitúricos a os narcóticos e aos excessos do sexo em desalinho, a mensagem do Reino de Deus cada semana, na família, representa placebo valioso que consegue recompor das distonias psíquicas aqueles que jazem anestesiados sob o jugo de forças ultrizes e vingadoras de existências pretéritas. Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerância geral, o amor desinteressado. . . Vinculados por compromissos vigorosos para a própria evolução, os espíritos reencarnam-se no mesmo grupo cromossomático, endividados entre si, para o necessário reajustamento, trazendo nos refolhos da memória espiritual as recordações traumáticas e as lembranças nefastas, deixando-se arrastar, invariavelmente, a complexos processos de obsessão recíproca, graças ao ódio mantido, às animosidades conservadas e nutridas com as altas contribuições da rebeldia e da violência. Em razão disso, o desrespeito grassa, a revolta se instala, a indiferença insiste e a aversão assoma. . . A família, em tais circunstâncias, se transforma em palco de tragédias sucessivas, quando não se faz aduana de traições e desídias. . . Estimulando os desajustes que se encontram inatos nos grupos da consanguinidade, a hodierna técnica da comunicação malsã tem conspirado poderosamente contra a paz do lar e a felicidade dos homens.
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Cristo, porém, quando se adentra pelo portal do lar, modifica a paisagem espiritual do recinto. As cargas de vibrações deletérias, os miasmas da intolerância, os tóxicos nauseantes da ira, as palavras azedas vão rareando, ao suave-doce contágio do Seu amor e se modificam as expressões da desarmonia e do desconforto, produzindo natural condição de entendimento, de alegria, de refazimento. Cristo no lar significa comunhão da esperança com o amor. A Sua presença produz sinais evidentes de paz, e aqueles que antes experimentavam repulsa pelo ajuntamento doméstico descobrem sintomas de identificação, necessidade de auxílio mútuo. Com Jesus em casa acendem-se as claridades para o futuro, a iluminar as sombras que campeiam desde agora.
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Abre o “livro da vida" e medita nos “ditos do Senhor" pelo menos uma vez na semana, entre aqueles que vivem contigo em conúbio familiar. Mergulha a mente nas suas lições, embriaga o espírito na esperança, sorve a água lustral da “fonte viva" generosa e abundante, esquece os painéis tumultuados que são habituais e marcha na direção da alegria. Se não consegues a companhia dos que te repartem a consanguinidade para tal ministério, não desfaleças. Faze-o, assim mesmo. Se assomam óbices inesperados não descoroçoes, insistindo, ainda assim. Se surpresas infelizes conspiram à hora do teu encontro semanal com Ele, não desesperes e retoma as tentativas, perseverando. . . Quando Cristo penetra a alma do discípulo, refá-la, quando visita a família em prece, sustenta-a. Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.
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Sob o dossel das estrelas, no passado, o Senhor, enquanto conosco, instaurou nos lares humildes dos discípulos o convívio da prece, da palestra edificante, inaugurando a era da convivência pacífica, da discussão produtiva, do intercâmbio com o Mundo Excelso. . . Abrindo-lhe o lar uma vez que seja, em cada sete dias, experimentarás com Ele a inexcedível ventura de aprender a amar para bem servir e crescer para a liberdade que nos alçará além e acima das próprias limitações, integrando-nos na família universal em nome do Amor de Nosso Pai.


“Senhor, não sou digno de que entr es em minha casa".

(Mateus 8:8)


“Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a adverti-los, O mundo está abalado em seus fundamentos; reboar á o trovão. Sede firmes!"

Fénelon - (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 1º — Item 10)




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Mateus 8:8

E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará;

mt 8:8
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